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Brasil

Queimadas criminosas na Amazônia viram tema de grafite nas ruas de Porto Velho (RO)

Quatro artistas transformam muro de 25 metros de comprimento em “arte-manifesto”, na principal rua da capital de Rondônia.

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A arte foi sempre uma forma elegante e contundente de chamar atenção para problemas políticos, sociais e mais recentemente ambientais. Com o impulso de impactar e registrar os crimes contra a biodiversidade da Amazônia, quatro artistas de Rondônia , realizam um mural de 25 metros de extensão em uma das principais ruas da capital Porto Velho. Cada um deles pintou figuras que simbolizam a região para destacar o que o mundo perde com a devastação do meio ambiente. Ninguém melhor do que artistas rondonenses para isso, pois a população é testemunha ocular da destruição e do descaso com a vida e a cultura regional.

O estado liderou o ranking das maiores perdas de vegetação nativa das últimas quatro décadas. Praticamente 40% desse território amazônico virou pastagem. Atualmente são 9 milhões de hectares de fazendas de criação de gado contra 12 de florestas, sendo que há 40 anos, quase tudo era floresta.

“A nossa inspiração é oferecer uma arte-manifesto , que convida as pessoas a refletirem sobre o que acontece todos os anos na região amazônica, principalmente entre agosto e outubro, época das queimadas, que são criminosas, na maior parte”, diz a grafiteira Nath , uma das artistas que assina a obra. “A impunidade prevalece, aumentando a sensação de insegurança climática.” Nos muros da Rua Amazônia, onde está o mural, ela pintou a floresta ardendo em chamas e a fuga em massa dos pássaros.

Já Rbsks, filho de beiradeiros, reproduziu os povos originários, que foram afetados com as queimadas e a diminuição do volume de água dos rios, o que dificultou a pesca e o transporte da população. O Rio Madeira, por exemplo, a principal hidrovia do estado, alcançou o menor nível dos últimos 30 anos. Muitas comunidades ficaram isoladas e precisaram de ajuda do governo. Há ainda outros dois grafiteiros, Silva e Larop , que participaram da obra com pinturas, que revelam as riquezas subjetivas registradas de uma temporada de muita fumaça, seca, poluição e vidas perdidas.


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