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Quase 40% da parte mais vital da floresta amazônica não está protegida, aponta ONG

As áreas estão localizadas no extremo sudoeste da Amazônia no Peru e no extremo nordeste do Brasil, Guiana Francesa e Suriname, segundo os dados.

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Vista aérea de estragos provocados por incêndio na Amazônia. (Foto: Bruno Kelly)

Cientistas concordam que a preservação da floresta amazônica é vital para o combate ao aquecimento global, mas novos dados divulgados nesta quarta-feira (11) indicam que grandes extensões da floresta que são mais vitais para o clima do mundo permanecem desprotegidas.

Quase 40% das áreas da floresta amazônica mais importantes para conter a mudança climática não receberam proteção especial do governo, seja como reservas naturais ou indígenas, de acordo com uma análise da organização sem fins lucrativos Amazon Conservation.

As áreas estão localizadas no extremo sudoeste da Amazônia no Peru e no extremo nordeste do Brasil, Guiana Francesa e Suriname, segundo os dados.

Essas partes da Amazônia têm as árvores maiores e mais densas e a cobertura de copas mais contínua, disse Matt Finer, que lidera o Projeto de Monitoramento da Amazônia Andina (MAAP) da Amazon Conservation.

Isso significa que essas áreas retêm a maior quantidade de carbono, que seria liberado na atmosfera como gás de efeito estufa que aquece o clima em caso de destruição pelo fogo ou pela exploração madeireira.

“Isso realmente fornece esse roteiro geral em termos de algumas das áreas com maior teor de carbono que são importantes para proteger”, disse Finer.

“Realmente indicam as partes mais intocadas da Amazônia que ainda permanecem.”

Os dados que apontam a localização e o status de proteção dessas áreas foram compartilhados com a reportagem.

A Amazon Conservation analisou novos dados da empresa de imagens de satélite Planet, que utilizou lasers para obter uma imagem tridimensional da floresta e os combinou com modelos de aprendizado de máquina.

Apenas a vegetação acima do solo foi considerada, e não o carbono subterrâneo nas raízes e nos solos.

A análise do MAAP mostra que 61% das áreas de pico de carbono na Amazônia são protegidas como reservas indígenas ou outras terras protegidas, mas o restante em geral não tem designação oficial.

No Brasil, no Suriname e na Guiana Francesa, o nível de proteção é menor, com apenas 51% das áreas de pico de carbono identificadas para preservação.

O Peru protege uma proporção maior de suas áreas críticas, mas algumas das que ficaram desprotegidas foram destinadas à exploração madeireira.

O MAAP publicou uma análise no mês passado mostrando que a Amazônia continha 71,5 bilhões de toneladas de carbono, aproximadamente o dobro das emissões globais de dióxido de carbono para 2022.

Essa análise apontou que a Amazônia por pouco não absorveu mais carbono do que liberou na década anterior a 2022, um sinal positivo para o clima mundial.

No entanto, essa continua sendo uma área de intenso debate, com outros estudos indicando que a Amazônia mudou para se tornar uma fonte de emissões.

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