Brasil
Quase 4 em cada 10 mulheres na Região Norte são as únicas responsáveis pelo sustento do lar, aponta pesquisa
Pelo menos 40% das mulheres priorizam a preocupação com as dívidas no momento de organizar o orçamento familiar. Para 36% das nortistas essa também é uma prioridade.

Na região Norte 35,7% das mulheres são as únicas responsáveis financeiras do lar. É o que aponta pesquisa realizada pelo Instituto Opinion Box, entre 14 e 24 de fevereiro de 2025, com 1.383 entrevistas mulheres de todo o país, divulgada nesta quinta-feira (06/03) pela Serasa. A margem de erro é de 1,6 ponto percentual.
A pesquisa mostra que, quanto menor a renda familiar, mais a mulher assume sozinha a responsabilidade pelas finanças do lar. Na média nacional, 43% das mulheres das classes D e E são as únicas responsáveis pelas finanças dos lares; número que cai para 18% nas classes A e B.
Segundo o estudo 93% das mulheres no País participam financeiramente das despesas familiares no Brasil e em 33% dos lares elas são as únicas responsáveis; e 90% são obrigadas a equilibrar o desafio profissional sem se descuidar das responsabilidades domésticas.
O resultado apontou que pelo menos 40% das mulheres priorizam a preocupação com as dívidas no momento de organizar o orçamento familiar. Para 36% das nortistas essa também é uma prioridade.
A pesquisa aponta, ainda, que 64% das entrevistadas afirmam liderar a organização financeira da família.
Dupla jornada
O protagonismo, porém, traz impactos preocupantes, como revelam 90% das entrevistadas: além do trabalho profissional de gerar renda fora de casa, as mulheres não têm a opção de renunciar às responsabilidades domésticas, tendo de equilibrar as duas frentes ao mesmo tempo.
No Norte, esse percentual chega a 87%. Mesmo assim, 85% das mulheres brasileiras celebram o fato de conquistarem espaços no mundo das finanças, um terreno predominantemente masculino por décadas.
Chama a atenção, negativamente, o fato de que somente 66% das entrevistadas percebem que o trabalho externo de geração de renda é valorizado dentro da própria casa, um percentual que melhora conforme a renda (83% para alta renda e 73% para média renda) e cai nas famílias de baixa renda (60% para classe D e 53% entre a classe E).
“Felizmente percebemos o crescimento do papel das mulheres na gestão financeira dos lares, tomando esse papel de garantia de um orçamento familiar sob controle”, afirma Patrícia Camillo, gerente da Serasa. “Acostumadas a gerenciar a rotina e até situações de escassez, elas conseguem equilibrar as reais necessidades à renda disponível e se mostram mais preocupadas em evitar o endividamento familiar”, confirma a especialista em educação financeira.
Imóvel e dívida quitada
A pesquisa ainda reforça a responsabilidade feminina destacada pela especialista da Serasa. Quando estimuladas a revelar os planos financeiros para o futuro, 36% das mulheres colocam a compra de imóvel e a quitação das dívidas já contraídas como prioridade, um indicador que reflete as negociações registradas no Feirão Serasa Limpa Nome: as mulheres fecharam 25% mais acordos do que os homens, demonstrando maior compromisso com a regularização das finanças.
Outros resultados da pesquisa:
A dificuldade de obter crédito (47%) e o endividamento (31%) são os principais desafios enfrentados pelas mulheres.
Quanto mais jovens, mais dificuldades as mulheres têm de conseguir crédito: são 62% das mulheres da Geração Z, 48% entre Millenials, 40% entre a Geração X e 16% entre as Baby Boomers.
8 em cada 10 mulheres pediram crédito nos últimos 12 meses: pagar uma despesa inesperada (26%), pagar dívidas de cartão (22%) e limpar o nome (21%) são os principais motivos da solicitação.
85% das mulheres entrevistadas já tiveram algum pedido de crédito negado.
As redes sociais são a maior fonte de aprendizado sobre finanças entre as mulheres (33%), seguido pelas informações em site/app de banco (28%) e buscadores na internet (26%).
3 em cada 4 mulheres se sentem representadas e mais confiantes quando escutam mulheres falando sobre economia.
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