Brasil
Amazônia será foco de debates nas Nações Unidas durante COP-26, apontam debatedores
A 26ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (COP-26) será realizada em Glasgow, na Escócia, entre 31 de outubro e 12 de novembro deste ano.
Em reunião remota na tarde desta quinta-feira (16), debatedores apontaram que a importância da preservação da Amazônia e o desenvolvimento da região serão temas importantes na COP-26. O encontro virtual foi promovido pelo Grupo Parlamentar da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (GPOTCAM) e pelo Parlamento Amazônico (Parlamaz). O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) preside os dois colegiados.
A 26ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (COP-26) será realizada em Glasgow, na Escócia, entre 31 de outubro e 12 de novembro deste ano. Temas como a preservação das florestas, a implementação completa do Acordo de Paris e as medidas para conter as mudanças climáticas também estarão na pauta da conferência.
Nelsinho Trad explicou que, durante a COP-26, os países vão traçar objetivos e metas diante da preocupação com as mudanças climáticas. A Amazônia, segundo o senador, está sob o olhar atento da opinião pública global e ocupa lugar de destaque nessa agenda. Nelsinho defendeu um olhar cuidadoso sobre a região, com iniciativas sustentáveis para o desenvolvimento econômico e com o reforço da cooperação internacional para a preservação das florestas.
— Por isso nós, representantes dos povos que vivem neste bioma, precisamos trocar experiências e nos fortalecermos nesta pauta, oferecendo sinergias e mais esforços pela Amazônia — declarou.
Desenvolvimento
A bióloga Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente no Brasil e membro do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), apontou que a COP-26 será realizada sob uma inevitável pressão política e econômica. Ela disse que o planeta já está vivendo as consequências das mudanças climáticas. Segundo Izabella Teixeira, a conferência será importante para buscar caminhos públicos e privados para a questão da preservação das florestas de todo o mundo.
— Vamos viver a COP-26 em um ambiente excepcional, com foco no papel geográfico e no peso político da Amazônia — afirmou a ex-ministra, que ainda defendeu a preservação dos povos indígenas na região.
Para a bióloga, a conferência também terá de debater o que chamou de reformatação da agenda econômica mundial. Ela disse que a economia não pode abdicar da questão ecológica. Izabella ressaltou que a Floresta Amazônica precisa ser entendida de forma estratégica dentro do desenvolvimento da economia mundial, pois as florestas têm papel estratégico nos mercados globais. Segundo a ex-ministra, o mundo vai viver a conjugação da era climática com a era digital.
— É uma grande oportunidade que os países da região amazônica terão de debater a relação da proteção florestal com o acesso à tecnologia — registrou.
A secretária-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Maria Alexandra Moreira, disse considerar que a Floresta Amazônica é essencial para uma possível mudança do modelo global de desenvolvimento. Ela lembrou que a floresta está presente em cerca de 40% do território da América do Sul — o que mostraria o papel estratégico da região.
Mudanças climáticas
O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) lembrou a grande fronteira do Brasil com quase todos os outros países da América do Sul. Por isso, segundo o senador, é importante juntar forças por meio do Parlamaz para preservar a Amazônia. Ele ainda defendeu estratégias de desenvolvimento para a região amazônica e a integração com outros países para a exportação de produtos originários da floresta.
— Não dá pra não falar nas mudanças climáticas. Existem ações naturais e outras criminosas, mas o Brasil é contra o desmatamento e estamos trabalhando para preservar as florestas. A floresta em pé vale mais do que derrubada — declarou o senador.
O senador Adolfo Mendoza, da Bolívia, disse que é preciso avançar na construção de uma agenda estratégica para a Amazônia. Ele apontou que as mudanças climáticas são um tema importante para todos os países e sugeriu uma nova reunião do Parlamaz antes da realização da COP-26. O senador Nelsinho Trad prometeu agendar uma reunião em outubro e sinalizou a participação do vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão.
Durante a reunião, foi eleito vice-presidente da região do Suriname para o Parlamaz, o deputado Radjendrekoemar Debie, conhecido como Radjinder Debie. Ele nasceu em 1968 e foi eleito em 2020 para o Legislativo daquele país. Debie defendeu a união dos países amazônicos para debater as mudanças climáticas e os riscos ambientais.
— O desmatamento no Suriname é muito pouco. Precisamos proteger nossas florestas — disse o parlamentar, em português.
Participaram do encontro o deputado Léo Moraes (Podemos-RO), vice-presidente do GPOTCAM; e os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Kátia Abreu (PP-TO). O embaixador do Brasil no Peru, Carlos Alfredo Lazari Teixeira; o embaixador da Colômbia no Brasil, Dario Montoya; e a presidente da Câmara de Representantes da Colômbia, Jeniffer Arias, também compareceram à reunião virtual, que foi acompanhada, ainda, por parlamentares de Equador, Bolívia e Venezuela.
Grupo
O GPOTCAM foi criado pelo Senado em março de 2021. A ideia do colegiado é dar suporte ao Parlamento Amazônico e viabilizar a integração entre as casas parlamentares dos países ligados à Floreta Amazônica. O grupo também pode manter relações culturais e de intercâmbio, bem como cooperação técnica, com entidades nacionais e estrangeiras.
Fonte: Agência Senado
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.
Faça um comentário