Brasil
Polícia Federal faz operação contra esquema de fraude em benefícios do INSS com uso de identidades falsas
Idosos emprestavam suas impressões digitais e fotos para o grupo. PF calcula que a ação gerou prejuízo de R$ 23 milhões aos cofres públicos.
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Nesta quinta-feira (dia 6), a Polícia Federal (PF) — em trabalho conjunto com o Núcleo de Inteligência Previdenciária — deflagrou a Operação Melhor Idade – Segunda Fase contra um suposto esquema de fraudes envolvendo benefícios assistenciais (BPC/Loas) pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De acordo com as investigações, o grupo criminoso usava dados de pessoas idosas, como impressões digitais e fotografias, para criar documentos falsos e solicitar benefícios.
A PF calcula que o grupo gerou prejuízo de R$ 23 milhões aos cofres públicos ao falsificar documentos e abrir contas bancárias para obter pagamentos de forma indevida, além de realizar empréstimos consignados. O grupo fazia a ação com dados de “idosos de aluguel”, de acordo com a PF.
A operação ainda teria evitado o prejuízo de R$ 35 milhões, considerando os valores que seriam pagos caso o esquema não fosse interrompido.
“Considerando a gravidade dos fatos e prejuízo causado, a Justiça Federal decretou diversas medidas cautelares, incluindo mandados de busca e apreensão, cancelamento de CPFs, bloqueio de contas bancárias, suspensão de benefícios irregulares, sequestro de bens e, em alguns casos, prisão”, informou a Polícia Federal.
Têm direito a requerer o BPC/Loas idosos e pessoas com deficiência que tenham renda familiar de até ¼ do salário mínimo (R$ 379,50) per capita (por pessoa), calculada com base nas informações do Cadastro Único (CadÚnico) e dos sistemas do INSS. O valor do benefício é de um piso nacional (atualmente de R$ 1.518), sem direito a 13º salário.
‘Idosos de aluguel’
Esses idosos emprestavam suas impressões digitais e fotos para o grupo. Alguns chegaram a figurar em mais de 30 identidades, conforme a PF. Até o momento, foram identificados 21 “idosos de aluguel”, que tiraram cerca de 285 CPFs e títulos eleitorais com as identidades falsas.
Com estes documentos, segundo a polícia, “o grupo criminoso conseguiu abrir contas bancárias, ingressar no Cadastro Único do Governo Federal e obter aproximadamente 259 Benefícios de Prestação Continuada ao Idoso”.
Em janeiro, a polícia realizou a primeira fase desta operação, quando prendeu três pessoas e apreendeu celulares, documentos falsos, cartões de benefícios, extratos bancários e anotações.
“A análise dos bens apreendidos indicou a aquisição de bens e movimentações financeiras incompatíveis com a renda dos investigados, com indícios de lavagem de capitais. Também foi possível identificar novos benefícios fraudados e outros atores envolvidos no esquema”, informou a PF.
Mesmo após a primeira fase da operação, a polícia constatou que o grupo continuou realizando novos saques de benefícios irregulares. Por isso, a PF cumpriu nesta quinta mandados contra 16 novos investigados nos estados do Piauí, São Paulo, Goiás e Distrito Federal.
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