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Pode beber no happy hour desta sexta? O que recomendam as autoridades diante das suspeitas de bebida adulterada
Em nota, o Ministério da Saúde orienta os consumidores a “evitar o consumo e compra de bebidas sem rótulo, lacre de segurança ou selo fiscal”.

Não consumir bebidas alcoólicas destiladas — sobretudo as incolores — e evitar produtos sem rótulo, lacre de segurança ou selo fiscal. Estas são as recomendações do Ministério da Saúde em meio aos casos confirmados de contaminação por metanol em bebidas adulteradas.
Ministro Alexandre Padilha desestimulou o consumo de destilados. “Na condição de ministro e como médico a recomendação é que se evite ingerir produto destilado, sobretudo os incolores, que não tenha absoluta certeza da origem dele. Não estamos falando de um produto essencial na vida das pessoas”, recomendou Padilha ontem.
“Não custa absolutamente nada, nesse período, até o esclarecimento da situação, até a identificação de quem comete esses crimes, as pessoas reforçarem os cuidados para a ingestão de bebidas, sobretudo de destilados”, disse Alexandre Padilha, em entrevista ao UOL News.
Padilha ressaltou que bebidas de origem duvidosa elevam o risco de intoxicação. Em entrevista ao UOL News na quarta-feira (1), ele disse que comerciantes e consumidores devem buscar confirmação da procedência dos produtos. O ministro também disse que só se deve consumir em caso de “absoluta certeza” da procedência.
A pasta comandada por Padilha também recomenda oficialmente a atenção à embalagem. Em nota, o Ministério da Saúde orienta os consumidores a “evitar o consumo e compra de bebidas sem rótulo, lacre de segurança ou selo fiscal”.
Desconfie de preços muitos baixos
Consumidores devem desconfiar de preços muito baixos e observar o estado da embalagem. Segundo Gabriel Pinheiro, diretor da Abrasel-SP (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), garrafas reutilizadas e rótulos irregulares estão entre os principais sinais de adulteração.
“Indicamos aos donos de bar e restaurante a comprar de fornecedores realmente confiáveis, homologados pelas grandes indústrias, desconfiar de preços de promoções absurdas que não condizem com o mercado e verificar o rótulo”, disse Gabriel Pinheiro, diretor da Abrasel-SP.
Observe a apresentação das embalagens e o aspecto do produto. Desconfie de lacre ou tampa tortos ou “diferentes”, rótulo desalinhado ou desgastado, erros de ortografia ou logos com “variações”, ausência de informações como CNPJ, endereço do fabricante ou distribuidor, número do lote, e outra imperfeição perceptível.
Não há como identificar o metanol durante o consumo das bebidas. Não existe nenhum teste caseiro confiável e a substância também não altera o gosto, já que é muito parecida com o etanol, que é usado na fabricação. Só se descobre que o metanol estava presente pelos sintomas e após exames clínicos.
“As pessoas precisam estar informadas”, disse Mariana de Moura Pereira, especialista em análises clínicas e pesquisadora do Laboratório de Toxicologia da USP. Ela acrescenta que é essencial que os órgãos de controle mantenham a sociedade informada sobre os casos de intoxicação e sobre apreensões de bebidas irregulares, para evitar novas vítimas.
Em caso de suspeita, busque atendimento médico imediato. Se houver qualquer sintoma suspeito, o consumidor deve procurar urgência médica sem demora.
Comunique as autoridades competentes. Disque-Intoxicação (0800 722 6001, da Anvisa) para orientação clínica/tóxica; Vigilância Sanitária local (municipal ou estadual); Polícia Civil; Procon (órgão de defesa do consumidor).
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