Brasil
Plataforma de comércio digital promove bioeconomia da floresta amazônica para ligar pequenos produtores e o comércio nacional
Qualquer fornecedor da região pode se registrar gratuitamente na plataforma pelo site Bioconex. Após essa etapa, a empresa fica habilitada a ofertar seus produtos.

No último trimestre, a Plataforma Digital da Floresta movimentou cerca de R$ 120 mil com a venda de 25 produtos florestais da Amazônia. (Foto: Divulgação)
Com o aumento da procura nacional por itens da bioeconomia da Amazônia, como ora-pro-nobis, açaí, castanhas, gergelim, mel e jambu, entre outros, associações e cooperativas da região se uniram para buscar uma solução que encurtasse o caminho entre pequenos produtores e o comércio nacional.
A partir dessa demanda, foi criada a Plataforma Digital da Floresta, uma nova ferramenta digital gratuita, desenvolvida para sanar dificuldades encontradas pelos produtores locais, como rastreabilidade dos produtos ofertados, plataformas para exposição e negociação de preços, controle logísticos e das finanças.
Qualquer fornecedor da região pode se registrar gratuitamente na plataforma pelo site Bioconex. O registro leva em média trinta minutos, para preenchimento de cadastro detalhado. Após essa etapa, a empresa fica habilitada a ofertar seus produtos. Os pré-requisitos são que o fornecedor tenha CNPJ ativo e conta bancária, além de um representante legal para realizar as atividades diretamente no site.
No último trimestre, a Plataforma Digital da Floresta movimentou cerca de R$ 120 mil, com a venda de 25 produtos. Nos últimos seis meses, o número de itens ofertados cresceu em 20%.
“A Plataforma Digital da Floresta nos ajuda por apresentar nossos produtos e valores de forma mais efetiva a um público bem mais amplo. Conseguimos até atingir outros países, nesse curto tempo de utilização. Há grande expectativa que a ferramenta ajude no desenvolvimento da bioeconomia da Amazônia, ajudando tanto os extrativistas que estão na ponta da cadeia produtiva como para a visibilidade dos produtos junto aos mercados potenciais”, diz Francisco Rodrigues Antropobos, sócio-diretor da Arvo – Produtos da Amazônia, empresa de Rio Branco (AC), que trabalha na área da bioeconomia comercializando produtos de comunidades ribeirinhas e indígenas da região amazônica.
A solução foi disponibilizada pela Fundação CERTI, por meio do Instituto CERTI Amazônia, com recursos provenientes da iniciativa Jornada Amazônia, que conta com financiamento conjunto de apoiadores como Itaú, Santander, Bradesco, Fundo Vale, Itaúsa, entre outros.
“Para criação da plataforma, ouvimos produtores e vendedores, representados por associações e cooperativas. Suas demandas incluíam vendas por preços muito baixos e injustos, alta dependência financeira de atravessadores, falta de acesso a mercados mais amplos e dificuldades logísticas”, conta Marco Giagio, diretor geral do Instituto CERTI Amazônia (ICA).
Giagio conta que também foi realizada escuta e análise sobre dificuldades de potenciais compradores, tendo como foco os mercados mais desenvolvidos e exigentes em termos de alimentação. “Nesse caso, as principais dificuldades relatadas foram a ausência de canais para conhecer e comprar produtos, ausência de informações detalhadas dos fornecedores, como informações sobre capacidade de fornecimento e negociação de preços e falta de ferramentas para efetivação das compras”, relata.
Entre os demais desafios a serem enfrentados está o nível de tecnologia disponível e acessível aos envolvidos. “Há ainda a falta de capacitação e apoio tecnológico para melhoria dos processos e consequente aumento da competitividade do produto final ofertado, mas é um assunto que está no radar das nossas atividades”, afirma Giagio.
Maria Carolina Farias, representante da Amazônia Cooperar – Cooperativa Agroextrativista do Mapiá e Médio Purus, comenta a importância de uma interface simplificada. “Para nós, a usabilidade aparece como um dos seus pontos fortes. O site Bioconex, além de simples e fácil de usar, inclui um time de suporte, que é fundamental para essa fase de conhecimento das ferramentas, novos usuários, entre outras demandas”, afirma.
A expectativa do Instituto CERTI Amazônia é atrair novos investidores para que o projeto continua a se aprimorar e ser difundido entre a população local.
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