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Pesquisa aponta que oito em cada dez profissionais que pedem seguro-desemprego têm ensino médio completo

Levantamento feito pela LCA Consultores revela há pessoas mais escolarizadas e mais velhas solicitando o benefício

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O perfil de quem solicita o seguro-desemprego tem passado por mudanças. Uma das principais mudanças é o grau de instrução desses profissionais. Cerca de oito em cada dez pedidos foram feitos por pessoas que tinham, no mínimo, o ensino médio completo. Esse grupo representava menos da metade das solicitações há 13 anos.

Um levantamento feito pela LCA Consultores, com base em dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apontou que, em 2011, 51,3% dos profissionais com ensino médio incompleto solicitaram o seguro-desemprego. Outros 48,7% tinham concluído essa etapa da formação escolar.

O cenário é bem diferente do identificado em julho deste ano, em que 76,4% das solicitações foram feitas por pessoas que tinham pelo menos a última etapa da educação básica.

Mudança de comportamento

Para o professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) Renan Pieri, o aumento nos números de pedidos de seguro por pessoas com maiores níveis de instrução está relacionado com a mudança de comportamento do novo perfil de profissional que está no mercado.

— Em um momento de aquecimento do mercado de trabalho, é claro que o trabalhador mais escolarizado tem mais chances de se recolocar. Como se importa menos de perder o trabalho, ele geralmente procura acordos para deixar a empresa — afirma Pieri.

Faixa etária dos solicitantes

Outro fator analisado pelo levantamento foi a faixa etária dos solicitantes. Os pedidos foram feitos por 32% dos profissionais com 40 anos ou mais. O grupo na faixa de 30 a 39 anos representa 31,28%. Na sequência, aparecem os trabalhadores de 25 a 29 anos, com 18,9%, e os de 18 a 24 anos, com 17,62%.

Aumento de pedidos no setor de serviços

Ainda de acordo com o levantamento, a maior aumento de solicitantes do seguro-desemprego foi identificada no setor de serviços, que registrou um crescimento de 8,2 pontos percentuais, em junho deste ano, no acumulado em 12 meses, frente ao início da série histórica, em dezembro de 2011.

— O setor de serviços corresponde a dois terços dos empregos do mercado de trabalho. Com a grande oferta de vagas, o trabalhador deste setor fica menos preocupado com a perda do posto e se desvincula mais facilmente — explica.

Estabilidade nos pedidos em 2025

Dos profissionais que foram demitidos sem justa causa, 71,6% solicitaram o seguro-desemprego de setembro de 2023 a agosto deste ano. Esse percentual está abaixo da média histórica, de 76,2%.

Pieri afirma que as projeções são de estabilidade com relação aos números de pedidos de seguro-desemprego para o próximo ano.

— Em tese, o mercado de trabalho deve atingir um platô de geração de vagas. E deve se manter no mesmo nível de solicitações do seguro — opina.

Com informações do site Extra


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