Brasil
Para 61% dos brasileiros, economia está no rumo errado, mostra pesquisa do Datafolha; otimismo do brasileiro com o ano novo é o menor desde 2020
Percepção é majoritária em todas as faixas etárias da pesquisa.
Pesquisa divulgada pelo Datafolha mostra que para 61% dos brasileiros a economia do País está no rumo errado. Apenas 32% dos entrevistados acreditam que ela está no caminho certo.
Essa percepção é majoritária em todas as faixas etárias da pesquisa: entre os mais jovens, com idade entre 16 e 24 anos, 71% têm a percepção que a trajetória econômica está equivocada, e 23% acham que está no caminho correto.
Na faixa entre 25 e 34 anos, 68% acreditam que está errada, e outros 27% veem como correta; dos 35 a 59 anos, 64% acreditam que a economia está no caminho errado, enquanto 33% creem que está no rumo certo.
Já na faixa acima de 60 anos, 55% disseram que está em trajetória errada, e 36% que está correta.
No recorte por faixa de renda, 67% dos que ganham acima de cinco salários-mínimos acham que o rumo está equivocado, e 30% aprovam o caminho da economia.
Entre os mais pobres, com renda de até dois salários, 55% têm uma visão negativa sobre a questão e 37% acham que o caminho está correto.
O Datafolha mostrou também que o otimismo do brasileiro com o ano novo é o menor desde 2020. E, pela primeira vez em cinco anos, menos da metade dos entrevistados afirmou que a população terá uma situação melhor em 2025.
Para 25% a situação será pior, e outros 25% apontaram que será igual. Outros 3% não souberam responder.
A população brasileira está mais pessimista com a alta dos preços no país. De acordo com a pesquisa de opinião feita pelo Datafolha, 67% dos entrevistados acreditam que a inflação irá piorar em 2025. No ano anterior, o percentual era de 51%.
Em contrapartida, os salários não devem acompanhar o mesmo ritmo de aumento dos preços, é o que acredita 39% dos entrevistados. O percentual anteriormente era de 30% no ano passado. Outros 31% apostam que ficará como está e 27% acham que irá aumentar.
Projeções oficiais do governo e pesquisa de expectativas para a economia também apontam uma piora da percepção sobre a inflação.
No último Relatório Focus, do Banco Central (BC), economistas ouvidos elevaram as expectativas para a inflação em 2025. Para este ano, o mercado enxerga que o IPCA termine o período com uma alta de 4,96%.
Se confirmados esses cenários, ambos os anos terminarão com a inflação acima do teto do objetivo — o centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Já em relação ao desemprego, a percepção dos brasileiros é mais otimista, caindo de 46% em março para 41%. Para 33%, o nível do desemprego vai continuar como está e 24% dizem que a taxa de desempregados deve diminuir.
No terceiro trimestre, a taxa de desocupação no Brasil atingiu 6,4%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o menor patamar para o período encerrado em setembro desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), em 2012.
O levantamento foi feito entre os dias 12 e 13 de dezembro, após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciar pacote de ajuste fiscal, que foi considerado insuficientes para as contas públicas pelos economistas e em meio a elevação do dólar para níveis recordes.
Além disso, logo depois o Banco Central decidiu aumentar em 1 ponto percentual a taxa básica de juros, passando para 12,25% ao ano, e sinalizar mais duas altas da mesma proporção para o início deste ano.
A pesquisa entrevistou 2.002 pessoas em 113 municípios do Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.
Faça um comentário