Brasil
Palácio do Planalto decreta sigilo de encontros de Jair Bolsonaro com pastores lobistas no MEC
Na agenda oficial de Jair Bolsonaro, constam três encontros com Gilmar Santos e Arilton Moura, além de Milton Ribeiro.
O Palácio do Planalto decretou sigilo dos encontros entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e pastores lobistas, como Gilmar Santos e Arilton Moura. Os dois são suspeitos de terem pedido ao presidente liberação de recursos do Ministério da Educação para prefeituras com as quais estavam comprometidos politicamente.
A informação sobre o sigilo foi revelada pelo jornal O Globo. O veículo fez um pedido sobre os registros de entradas e saídas de Santos e Moura do Planalto, via Lei de Acesso à Informação. Nem todos os encontros feitos pelo presidente são registrados na agenda e, por isso, o jornal tentou a informação dos registros das passagens dos pastores pelo Planalto e pela sala do presidente.
Em resposta ao jornal O Globo, o Gabinete de Segurança Institucional, do general Augusto Heleno, afirmou que o pedido não poderia ser atendido. A justificativa é que a informação poderia colocar a vida de Jair Bolsonaro e de familiares dele em risco.
Na agenda oficial de Bolsonaro, constam três encontros entre os pastores Gilmar Santos, Arilton Moura, o presidente da República e o ex-ministro Milton Ribeiro. Mesmo assim, o GSI não autorizou a divulgação das datas em que os pastores foram ao Palácio do Planalto.
Os pastores são investigados pela Polícia Federal, suspeito de intermediarem a liberação de recursos do MEC para prefeituras. Eles foram convidados pelo Senado para esclarecerem as acusações, mas se recusaram e não foram à casa legislativa.
AGU
A Advocacia-Geral da União quer que o Tribunal Superior Eleitoral arquive o pedido para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação, sejam investigados pela suspeita de favorecer pastores evangélicos no repasse de verbas da pasta. A informação foi revelada pela TV Globo.
A AGU argumenta que o presidente foi mencionado “indevidamente” durante a crise e que não há elementos para justificar a abertura de uma apuração contra Bolsonaro.
O pedido para que fosse feita uma investigação partiu do PT. A legenda justifica que as revelações sobre o suposto esquema no Ministério da Educação indicam abuso de poder político e econômico – os crimes, se confirmados, podem levar à inelegibilidade.
O caso
O ministro da Educação Milton Ribeiro afirmou em uma gravação que o governo dá prioridade a pedidos de verba negociados por dois pastores que não tem cargos oficiais, mas atuam de forma informal dentro do Ministério da Educação (MEC), atendendo a uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro.
A informação foi revelada pelo jornal Folha de São Paulo, com uma gravação de áudio de Ribeiro.
A gravação contém parte de uma conversa entre Milton Ribeiro e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, próximos ao presidente desde o primeiro ano do mandato. Os dois têm negociado com prefeituras ao redor do Brasil a liberação de recursos federais para a construção de creches e escolas, ampliação de infraestrutura e compra de equipamentos tecnológicos.
Na reunião, o ministro falava sobre o orçamento da pasta e os valores que são geridos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
“A minha prioridade é atender primeiros os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos que são amigos do Pastor Gilmar. Não tem nada com o Arilton, e tudo com o Gilmar. Por que ele? Porque foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar”, afirma Ribeiro no áudio.
Em contrapartida da liberação da verba, o ministro pede apoio em determinadas áreas, como a construção das igrejas.
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