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Brasil

Operação da PF cumpre mandados no Amazonas em operação que apura tentativa de golpe de Estado

O presidente Jair Bolsonaro também foi alvo da operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta (8.) Operação mira aliados de Bolsonaro em operação que tem Braga Netto, Heleno e Anderson Torres como alvos.

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A Polícia Federal (PF) informou que realiza nesta quinta-feira (08/02) uma operação para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção de Jair Bolsonaro (PL) no poder.

Os mandados, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, estão sendo cumpridos nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Entre os alvos de mandados de busca e apreensão estão aliados do ex-presidente, como Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres.

Entre os presos estão Rafael Martins de Oliveira, Filipe Garcia Martins e Marcelo Costa Camara.

O presidente Jair Bolsonaro também foi alvo da operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta (8.)

A PF foi à casa dele, em Angra dos Reis, e apreendeu o celular de um de seus assessores, Tercio Arnaud Tomaz.

Determinou também que Bolsonaro entregasse o passaporte. Como o documento não estava na residência, os policiais deram 24 horas para que ele o entregue.

“Saí do governo há mais de um ano e sigo sofrendo uma perseguição implacável”, diz Bolsonaro.

“Me esqueçam, já tem outro governando o país”, seguiu o presidente.

Ele afirmou que está ainda se inteirando das buscas e apreensões e das prisões e que não poderia dar mais declarações.

De acordo com a PF, no total estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.

“Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado”, informou a PF, em nota.

Ex-assessor de assuntos internacionais de Jair Bolsonaro.Felipe Martins foi apelidado de “Sorocabannon” em referência a Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump e estrategista político referência para a direita alternativa americana. O ex-assessor de Bolsonaro é de Sorocaba (SP).

Segundo a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Martins foi mencionado como responsável por levar uma minuta golpista ao então presidente. As reuniões ocorreram fora da agenda oficial e estão sendo alvo de investigação.


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