Brasil
Nomes de militares com atuação em unidades do Exército em Manaus (AM) aparecem entre alvos da PF em operação contra golpe
Militares são investigados por criar o ambiente propício para o golpe de Estado e divulgar noticias falsas.
Além do general e ex-ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro, general Augusto Heleno, ex-comandante Militar da Amazônia (CMA), mais três militares com atuação em unidades do exército em Manaus (AM) foram alvo da operação da Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (08/02) para apurar tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
A Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro e vários aliados dele por tentativa de golpe de Estado, cumpriu três mandados judiciais em Manaus. O primeiro mandado foi de busca e apreensão, o segundo se trata de uma busca pessoal e o terceiro diz respeito a uma medida coercitiva.
Na lista de militares alvos dos mandados de busca e apreensão, aparecem os nomes do ex-comandante da 12ª Região Militar (12ªRM), general de Divisão Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, do subcomandante do Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs), coronel Cleverson Ney Magalhães, e do comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais, Hélio Ferreira Lima.
Confira os militares alvos da operação:
– Angelo Martins Denicoli;
– Guilherme Marques Almeida;
– Hélio Ferreira Lima;
– Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros:
– Walter Souza Braga Netto;
– Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho;
– Ailton Gonçalves Moraes Barros;
– Bernardo Romão Correa Neto;
– Almir Garnier Santos;
– Mário Fernandes;
– Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira;
– Laércio Vergílio;
– Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira;
– Augusto Heleno Ribeiro Pereira;
– Rafael Martins de Oliveira:
– Marcelo Costa Camara.
Também foi citado como alvo o ex-comandante do CMA, general de Brigada Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira. De acordo com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, o general integrou o núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos, que agiram para “influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas para consumação do Golpe de Estado”.
De acordo com a PF, os militares são investigados por duas formas de atuação. A primeira é a produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto a lisura das eleições presidenciais de 2022 para estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas, com o intuito de criar o ambiente propício para o golpe de Estado, e de estímulo que buscava a adesão de outros militares ao crime.
O segundo ponto dos militares investigado pela PF é de apoio às ações golpistas, reuniões e planejamentos de ações para manter as manifestações em frente aos quartéis militares, incluindo mobilização, logística e financiamento de militares das Forças Especiais.
Nomes
O general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e conselheiro do do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi comandante militar da Amazônia em 2007.
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira foi ministro da Defesa do Brasil na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, em Tefé (AM; chefe do Estado-Maior do CMA, em Manaus, comandante da 12ª Região Militar, também em Manaus;
De acordo com o site do Exército, o subcomandante do Cigs Coronel Cleverson Ney Magalhães, participou de uma solenidade, no último dia dia 25 de novembro, em homenagear a militares que estavam sendo transferidos. E, no dia 19 de dezembro de 2023, ocorreu a solenidade de passagem de comando da 3ª Companhia de Forças Especiais para o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima.
A Operação Tempus Veritatis para apurar uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.
Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva em nove estados – Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás– e no Distrito Federal.
Também foram expedidas 48 medidas cautelares diversas da prisão, como proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.
Veja a íntegra da decisão judicial que autorizou a operação.
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