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Brasil

No RJ, polícia realiza operação contra esquema de extorsão a escolinhas na Praia da Barra

Segundo as investigações, um servidor da prefeitura é o principal alvo da ação

Foto: Divulgação

A Polícia Civil realiza, nesta quarta-feira (13), uma operação para combater as extorsões praticadas por agentes da Prefeitura do Rio a prestadores de serviço que atuam na Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade. A ação partiu de uma notícia crime feita pelo secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale, após a denúncia de professores de beach tennis.

De acordo com as investigações, as vítimas eram os responsáveis por ministrar aulas de diversas modalidades esportivas como beach tennis, vôlei de praia, treinamento funcional, entre outros.

Segundo a Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO-IE), o principal alvo da operação é o servidor Nelson Ribeiro do Nascimento, que atua na Secretaria de Fazenda do município, lotado na Coordenadoria de Controle Urbano (CCU).
As investigações apontam que o servidor exigia dos responsáveis pelos esportes 10% das mensalidades de todos os alunos para que fosse autorizada a prática das atividades. Nelson exigia, ainda, a lista de presença dos alunos, alegando que todo o espaço público da Praia da Barra da Tijuca era de sua supervisão e responsabilidade.

Agentes da especializada saíram para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços vinculados ao servidor, na Barra da Tijuca e em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Além dos mandados, foi determinado o afastamento imediato do investigado das funções de fiscalização. Durante as buscas, foram apreendidos telefones, documentos e eletrônicos na residência de Nelson.

As equipes também estiveram, junto com a Corregedoria da Secretaria de Ordem Pública (Seop), na sede da Prefeitura, na Cidade Nova, com o objetivo de obter elementos que auxiliem no inquérito.

Através das redes sociais, o prefeito Eduardo Paes parabenizou o secretário Brenno Carnevale, que exigiu, há um ano, a instauração de um inquérito policial para investigar a conduta do servidor. “Sua ação, ao denunciar um agente público municipal que estava extorquindo alguns cidadãos, é exemplar. É o que esperamos que todos os dirigentes municipais façam em suas áreas”, escreveu Paes.

Procurada pelo DIA, a Prefeitura do Rio informou que a solicitação de instauração de inquérito policial foi encaminhada para a DRACO em outubro de 2022. “A corregedoria da SEOP acompanhou a operação de busca e apreensão desta manhã”, finaliza a nota.

As investigações seguem em andamento para apurar o possível envolvimento de outros servidores e identificar todas as vítimas das extorsões.
Agressão
Em uma das cobranças, o servidor chegou a agredir um empresário que se recusou a pagar a taxa. Nelson foi a delegacia para registrar o caso contra a própria vítima. De acordo com a Civil, a queixa era um forma de “seguro”. Além disso, o investigado agiu da mesma forma quando foi descoberto em conduta omissiva e tentou agredir um subsecretário.

O servidor era investigado pela Corregedoria da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) por “condutas criminosas omissivas e desrespeitosas” e por “agressividade incontrolável”.


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