Brasil
Ministério da Infraestrutura registra concentração de caminhoneiros rodovias de 15 estados
O presidente Jair, em áudio divulgado em grupos de mensagens, nas redes sociais pediu que os manifestantes lerem as estradas.
O Ministério da Infraestrutura divulgou boletim sobre a situação de bloqueios nas estradas e informou que, às 0h30 de hoje, foram registrados pontos de concentração em rodovias federais em 15 estados.
Os bloqueios começaram anteontem, durante os atos do 7 de Setembro convocados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e seguiram ao longo desta quarta-feira.
Os estados citados pelo ministério, a partir de informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal), são: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia. Maranhão, Roraima, São Paulo e Pará.
No último boletim divulgado pela pasta, pontos de retenção na região norte de Santa Catarina, onde a mobilização ameaçou condições de abastecimento, já estão liberados.
Pela manhã de hoje, às 6h30, a concessionária Arteris Régis comunicou que o km 280,1 da rodovia Régia Bittencourt, em Embu das Artes (SP) está com todas as faixas interditadas pelos caminhoneiros, causando congestionamento de 1,5 km. O desvio é feito por dentro do município de Embu das Artes.
No boletim divulgado às 20h30 de ontem, o ministério informou que, ao todo, foram “debeladas” 117 ocorrências com concentração de populares e tentativas de bloqueio total ou parcial de rodovias nas últimas horas.
Segundo a Infraestrutura, os atos não são organizados por qualquer entidade setorial do transporte rodoviário de cargas e a composição das mobilizações é heterogênea, “não se limitando a demandas ligadas à categoria.”
De acordo com o jornal “O Estado de S. Paulo”, um dos líderes do movimento intitulado de caminhoneiros patriotas, Francisco Burgardt, também conhecido como Chicão Caminhoneiro, informou que, entregaria ainda hoje um documento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) pedindo a destituição “O povo brasileiro não aguenta mais esse momento que País está atravessando de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
O presidente Jair, em áudio divulgado em grupos de mensagens, nas redes sociais pediu que os manifestantes lerem as estradas. “Fala para os caminhoneiros aí, são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação, prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Então, dê um toque aí para os caras, se for possível… para liberar, para a gente seguir a normalidade.”
Em alguns estados, como Santa Catarina, Tocantins e Pernambuco, ocorreram filas em postos de gasolina, já que os consumidores ficaram com medo de desabastecimento.
Em Santa Catarina, segundo a PRF, até as 21h40 os caminhoneiros bloqueavam 21 trechos em perímetros da BR-101, BR-116, BR-280, BR-282 e BR-470.
A interdição causou correria aos postos de combustíveis de Florianópolis por causa de temor de desabastecimento de gasolina, informou a GM (Guarda Municipal). Pelo menos, sete estabelecimentos fecharam mais cedo após zerarem o estoque com a demanda.
Em nota, a NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) criticou a paralisação e disse que “trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos”.
“Preocupa a NTC o bloqueio nas rodovias o que poderá causar sérios transtornos à atividade de transporte realizada pelas empresas, com graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio, atingindo diretamente o consumidor final, de produtos de todas as naturezas inclusive os de primeira necessidade da população como alimentos, medicamentos, combustíveis etc”, diz trecho do comunicado.
“Esperamos que as autoridades do Governo Federal e dos Governos Estaduais adotem as providências indispensáveis para assegurar às empresas de transporte rodoviário de cargas o pleno exercício do seu direito de ir e vir e de livre circulação nas rodovias em todo o território nacional, como pressuposto indeclinável para o cumprimento da atividade essencial de transporte”, prossegue.
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