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Brasil

Mapbiomas: fogo em 2024 destruiu no Brasil área maior que da Itália

Entre os biomas, a Amazônia foi a mais afetada: 17,9 milhões de hectares (58% do total) queimados em de 2024.

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O Brasil teve 30,9 milhões de hectares —ou 309 mil km²— queimados entre janeiro e dezembro de 2024, o que equivale a uma área maior que o território da Itália (que tem 30,1 milhões de hectares). Os dados são da plataforma Monitor do Fogo, da rede MapBiomas, divulgados nesta quarta-feira (22/01). As informações são de Carlos Madeiro, colunista do UOL.

mapbiomas-fogo-em-2024-destrui

mapbiomas-fogo-em-2024-destruiEm relação a 2023, as queimadas impactaram uma área 79% maior no ano passado, o que representa 13,7 milhões de hectares a mais destruídos pelo fogo. Cada hectare equivale a 10 mil m². O número de 2024 é o maior desde o início da série do Monitor do Fogo, que começou em 2019.

“O ano de 2024 destacou-se como um período atípico e alarmante do fogo no Brasil, com um aumento expressivo na área queimada em quase todos os biomas, afetando especialmente as áreas florestais, que normalmente não são tão atingidas”, diz Ane Alencar, diretora de Ciências do IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo.

Segundo ela, a alta de 2024 está associada à seca que afetou grande parte do país entre 2023 e 2024, associada ao fenômeno “El Niño”. Com a baixa umidade, a vegetação fica mais suscetível ao fogo.

Os impactos dessa devastação expõem a urgência de ações coordenadas e engajamento em todos os níveis para conter uma crise ambiental exacerbada por condições climáticas extremas, mas desencadeada pela ação humana como foi a do ano passado, disse.

Segundo o levantamento, 73% da área queimada foi de vegetação nativa, principalmente em formações florestais. Entre as maiores responsáveis pela destruição, as queimadas para dar lugar a pastagens se destacaram com 6,7 milhões de hectares queimados no ano passado.

Entre os biomas, a Amazônia foi a mais afetada: 17,9 milhões de hectares (58% do total) queimados em de 2024. Para se ter ideia do impacto, é uma área maior do que o total queimado em todo o país em 2023. Também foi a maior área já atingida dos últimos seis anos no bioma.

Esse recorde na Amazônia foi impulsionado por um regime de chuvas abaixo da média histórica, agravando as condições ambientais. Um dado preocupante é que a classe de formação florestal foi a mais atingida, superando pela primeira vez as áreas de pastagens, que tradicionalmente eram as mais afetadas.

Outros biomas do país também tiveram muito fogo no ano passado:

Cerrado – 9,7 milhões de hectares queimados, 85% em vegetação nativa
Pantanal – 1,9 milhão de hectares
Mata Atlântica – 1 milhão hectares
Caatinga – 330 mil hectares
Pampa – 3,4 mil hectares

Na divisão regional, três estados responderam por 55% de toda área queimada do país:

Pará – 7,3 milhões de hectares queimados (24% do total nacional)
Mato Grosso – 6,8 milhões de hectares
Tocantins – 2,7 milhões.

Entre os municípios, São Félix do Xingu (PA) e Corumbá (MS) registraram as maiores áreas queimadas em 2024, com 1,47 milhão de hectares e 841 mil hectares queimados, respectivamente.


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