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Brasil

Lula coloca Gleisi Hoffmann, presidente do PT, na articulação do governo

A presidente petista é um dos nomes de confiança de Lula. Gleisi foi uma das principais defensoras do presidente durante o processo da Operação Lava Jato.

O presidente Lula (PT) anunciou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, na Secretaria de Relações Institucionais no lugar de Alexandre Padilha (PT), que foi para o Ministério da Saúde.

Gleisi ficará responsável pela articulação política do governo. A deputada federal, porém, era mais especulada para a Secretaria-Geral da Presidência, no lugar de Márcio Macêdo (PT), com apostas de que os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), ou no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), assumissem a vaga de Padilha.

Lula queria alguém próximo na pasta. Responsável pela ligação entre o Planalto e o Congresso, o ministério tem sido uma das principais vidraças do governo, em especial pela relação conflituosa que Padilha tinha com o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).

A presidente petista é um dos nomes de confiança de Lula. Gleisi foi uma das principais defensoras do presidente durante o processo da Operação Lava Jato —época em que assumiu o comando do PT, em 2017. Ela tem acesso ao presidente e proximidade com grande parte dos ministros.

Nome da deputada tem resistência no centrão e até pela base não petista. Ela não é vista como uma opção “aglutinadora”, algo que auxiliares dizem que o governo precisa e quer.

Gleisi disse que seguirá “dialogando democraticamente com os partidos, governantes e lideranças políticas”. “Sempre entendi que o exercício da política é o caminho para avançarmos no desenvolvimento do país e melhorar a vida do nosso povo”, escreveu no X, após o anúncio de Lula.

Carreira política: Gleisi Helena Hoffmann tem 59 anos, é advogada, deputada federal e já ocupou diversos cargos na política. Foi senadora pelo Paraná de 2011 a 2018. Também foi ministra da Casa Civil de 2011 a 2014, durante o governo de Dilma Rousseff (PT).

Reforma ministerial

Esta é a quinta mudança no governo, e outros nomes são esperados em breve. Com Gleisi, governo volta a ter 10 mulheres entre os 38 ministérios —número havia diminuído após a saída de Nísia Trindade da Saúde.

A escolha impacta diretamente na presidência do PT. As eleições para substituir Gleisi já estão marcadas para o meio do ano, e Guimarães é o favorito da ala nordestina do partido, que briga por mais representatividade. Se fosse ministro, sairia da disputa.

A reforma ministerial visa melhorar a governabilidade, mas dificilmente garantirá aliança para 2026. As conversas sobre isso ocorrerão em outro momento, mais para frente, e o embarque ou desembarque de partidos do centrão vai depender mais da popularidade de Lula e da imagem do governo, atualmente em baixa, do que das pastas ocupadas.

As mudanças na Esplanada dos Ministérios

A deputada Daniela Carneiro (União-RJ) deu lugar ao colega Celso Sabino (União) no Ministério do Turismo em julho de 2023, a pedido do partido.
A ex-jogadora Ana Moser caiu do Ministério do Esporte para acomodar André Fufuca (PP), em mais um esforço de acoplar o centrão, em setembro daquele ano.
No mesmo movimento, Silvio Costa Filho (Republicanos) assumiu Portos e Aeroportos. Ele tomou o lugar de Márcio França (PSB), transferido para o Ministério do Empreendedorismo, criado para ele ocupar a vaga.
Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, deixou o cargo em setembro de 2024. Saída ocorreu após acusações de assédio sexual pela ministra Anielle Franco (Igualdade Racial). Macaé Evaristo assumiu a pasta.
Paulo Pimenta saiu da Secom (Secretaria de Comunicação) no início deste ano. Ele deu lugar ao publicitário Sidônio Palmeira, em meio a uma tentativa de melhorar a imagem do governo.
Recentemente, Nísia Trindade foi tirada da Saúde. Ela foi substituída pelo ministro Alexandre Padilha (PT), que ocupa Relações Institucionais.


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