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Líder de facção criminosa do Amazonas foi incluído na lista de transferidos de presídio em operação sigilosa da Polícia Federal

Segundo a Polícia Penal Federal, o rodízio de custodiados do Sistema Penitenciário Federal (SPF) é uma medida que faz parte da rotina de segurança das unidades prisionais.

Líderes do Comando Vermelho e outras facções criminosas como a Família do Norte foram transferidos de presídios federais em uma operação que reuniu quase 100 Policiais Penais Federais e envolveu três penitenciárias. Ao todo, foram movimentados 11 internos que cumprem pena no regime fechado. Entre eles, Fernandinho Beira-Mar, Marcinho VP e Mano G, segundo informações do jornal O Globo.

Gelson Lima Carnaúba, conhecido como Mano G, foi um dos fundadores e chefes da Família do Norte (FDN), criada em 2007. Quatro anos antes, em 2002, ele havia liderado uma chacina no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. A rebelião durou 13 horas e deixou 12 mortos.

Segundo o Relatório Anual da Justiça Global do mesmo ano, a rebelião foi motivada pela morte do detento André Luiz Pereira de Oliveira, que teria sido espancado e torturado por três agentes penitenciários. Mano G foi condenado pelo envolvimento no episódio somente em 2022, com pena de 48 anos de prisão.

No julgamento foram utilizados áudios de uma testemunha já morta, que dizia fazer parte da FDN. Ele afirmou que “Carnaúba era o comandante-geral do presídio e que mandava em tudo, além de usar armas e vender drogas na cadeia”. No depoimento, ele contou que tinha “medo de morrer” e que era “ameaçado por Carnaúba”.

A FDN tem atuação em diversos territórios do norte do país, como Rondônia, Roraima e Acre, além de suposto envolvimento com as FARC. De acordo com a Polícia Federal, em 2017, a facção comandava praticamente todo o sistema prisional do Amazonas.

Segundo a Polícia Penal Federal, o rodízio de custodiados do Sistema Penitenciário Federal (SPF) é uma medida que faz parte da rotina de segurança das unidades prisionais. A estratégia de inteligência penitenciária visa “desarticular as organizações criminosas”.

Luis Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho Beira-Mar, foi líder do Comando Vermelho e considerado um dos maiores traficantes do Brasil. Ele está preso desde 2001, ano que foi capturado na Colômbia em uma área das Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (Farc). Durante a Operação Próta, ele foi levado do presídio de Campo Grande (MS) para Mossoró (RN).

Outro traficante transferido na operação, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, é uma figura proeminente da criminalidade do Rio há quase três décadas. Preso desde 1996, quando ainda tinha 20 anos, ele passou mais tempo de vida atrás das grades do que em liberdade.

Mesmo de dentro do sistema carcerário, ele se tornou, ao lado de Fernandinho Beira-Mar, um dos principais chefes da maior facção do estado.

A operação, batizada de Próta, foi realizada na quinta-feira. Segundo a PPF, a operação envolve alto grau de complexidade e risco, por lidar com presos considerados de “alta periculosidade e com posição de liderança nas organizações criminosas”.

Esta foi a primeira operação deste tipo em 2024. No ano passado, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN) realizou 364 operações entre inclusões, devoluções, transferências e apresentação de presos em júri.

De acordo com a PPF, o SPF custodia as principais lideranças criminosas do país há 17 anos sem registro de fuga, rebelião ou entrada de materiais ilícitos.

O nome da Operação Próta faz referência ao primeiro preso custodiado no Sistema Penitenciário Federal: Fernandinho Beira-Mar. Em grego o termo significa “primeiro”.


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