Brasil
Justiça torna sócios de 123milhas réus por suspeita de fraude e lavagem de dinheiro
Empresa nega que tenha praticado qualquer crime ou que tenha agido de má-fé contra clientes, parceiros e fornecedores
O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) aceitou denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por crimes financeiros contra os cinco sócios da agência digital de viagens 123milhas.
O juiz Rodrigo Heleno Chaves considerou, no último dia 6, que as acusações por fraude, crimes contra o mercado de consumo, lavagem de dinheiro e ocultação de bens cumpriram os requisitos mínimos do Código de Processo Penal. O somatório das penas pode ser de 10 a mais de 30 anos de reclusão para cada um.
Com a decisão, tornam-se réus José Augusto Madureira, Cristiane Soares Madureira, Tânia Silva Santos Madureira, Augusto Julio Soares Madureira e Ramiro Julio Soares Madureira. O MPMG sustenta sua denúncia, protocolada no último dia 4, em “dezenas de oitivas” gravadas em vídeo e provas periciais.
A Promotoria ainda requer R$ 30 milhões a título de danos morais coletivos.
De acordo com as investigações, os denunciados tinham ciência da inviabilidade da modalidade Promo, na qual os consumidores compravam um pacote de viagem indicando um período para ela ser realizada, ainda em junho de 2022. As vendas da modalidade, porém, só foram encerradas em agosto do ano seguinte.
Procurada no momento da denúncia, a 123milhas negou, em nota, que tenha praticado qualquer crime ou que tenha agido de má-fé contra clientes, parceiros e fornecedores.
“Neste momento, o grupo está focado em apresentar o seu plano de recuperação judicial no prazo estipulado pela Justiça”, disse a empresa.
Em entrevista coletiva realizada no último dia 12, o promotor Rodrigo Storino afirmou que em junho de 2022 a empresa registrou recorde de vendas da linha Promo, na qual o cliente adquiria o direito de agendar um voo em um período no futuro. Foram R$ 57 milhões de receita, e ainda assim houve registro de prejuízo.
Ao todo, dos cerca de 150 mil de pacotes vendidos e que tiveram passagens emitidas, o prejuízo com a modalidade foi de R$ 835 milhões.
Houve ainda R$1,1 bilhão de pacotes que não foram entregues e causaram prejuízos a cerca de 550 mil consumidores.
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