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Humanidade não pode mais depender da Floresta Amazônica, aponta estudo

De acordo com o levantamento dos pesquisadores, o desmatamento na região aumentou quase quatro vezes em 2019 em comparação com qualquer um dos dois anos anteriores.

Um estudo publicado na revista Nature Climate Change aponta que a humanidade não pode mais depender da Amazônia para ajudar a absorver a poluição de carbono produzida pelo homem. Tudo porque, de acordo com a pesquisa, de 2010 a 2019, a maior floresta tropical do mundo emitiu 16,6 bilhões de toneladas de CO², enquanto retirou apenas 13,9 bilhões de toneladas.

“Nós meio que esperávamos, mas é a primeira vez que temos números mostrando que a Amazônia brasileira mudou e agora é emissora líquida. Não sabemos em que ponto a mudança pode se tornar irreversível”, afirmou à AFP o cientista do Instituto Nacional de Agronomia e Pesquisa da França (INRA) e coautor do estudo, Jean-Pierre Wigneron.

De acordo com o levantamento dos pesquisadores, o desmatamento na região aumentou quase quatro vezes em 2019 em comparação com qualquer um dos dois anos anteriores. De cerca de um milhão de hectares foi para 3,9 milhões de hectares, uma área do tamanho da Holanda. As queimadas são os principais motivos do desflorestamento.

Em comunicado, o Instituto Nacional de Agronomia e Pesquisa da França afirma que “o Brasil viu um declínio acentuado na aplicação de políticas de proteção ambiental após a mudança de governo em 2019”.

Cerca de 60% da floresta amazônica está no Brasil. “A bacia amazônica como um todo é provavelmente neutra (em carbono). Mas nos outros países com floresta amazônica, o desmatamento também está aumentando e a seca se tornou mais intensa”, alertou Wigneron.

Em 2019, emissões de CO² chegaram a 40 bilhões de toneladas em todo o mundo. A Amazônia é importantíssima para tentar conter este aumento.

Para se ter uma ideia, ao longo do último meio século, as plantas e o solo absorveram de forma consistente cerca de 30% dessas emissões, mesmo quando essas emissões aumentaram 50% no período. Os oceanos também ajudaram, absorvendo mais de 20%.


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