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Brasil

Governo Federal quer ampliar discussão sobre mercado e exportação de crédito de carbono

Ministério do Meio Ambiente quer criar o mercado regulado nacional para poder exportar créditos que tenham alta qualidade ambiental.

Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. (Foto:Fabio Pozzebom/AgB)

A partir desta quarta-feira (18), o governo federal começa as discussões relativas ao mercado de crédito de carbono com a realização do Congresso Mercado Global de Carbono, que acontece no Rio de Janeiro. O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse que o governo federal quer criar o mercado regulado nacional, pra poder exportar créditos que tenham alta qualidade ambiental e que sejam importantes para gerar receitas a projetos de redução de emissões.

Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, Leite destacou que o país recebe o Congresso que deve reunir 80 CEOs, mais de 100 casos empreendedores e cerca de 30 embaixadores nos próximos três dias. Durante o período, a pasta optou por transferir o gabinete para a capital fluminense.

“Não é só carbono. A gente vai falar de vários temas. Serão 24 painéis onde vamos poder debater com o setor privado um futuro verde pro Brasil, crescimento verde, geração de emprego e renda verde pro Brasil”, explicou.

Vantagens

Para o ministro, dentre as vantagens que podem levar o Brasil a ser um grande exportador de crédito de carbono estão suas características naturais e econômicas, que permitem, gerar créditos de diversas formas. “Você pode gerar crédito baseado em resíduos sólidos, aves, suínos, açúcar e álcool, aterros sanitários. Você pode tratar esse lixo orgânico e gerar crédito, pode gerar crédito de proteção florestal, de recuperação e conservação florestal.”

Além disso, segundo Leite, o Brasil possui um custo para geração desse tipo de crédito muito abaixo que o praticado em outros países. “Por isso, o Brasil, com certeza, irá se beneficiar desse mercado global e, agora, estamos desenhando o mercado regulador nacional, para ser um país exportador de crédito e para trazer receita extraordinária para projetos de baixa emissão de gases de efeito estufa.”

Desafios

Na avaliação do ministro, o grande desafio para que os setores apoiem essa mudança rumo à uma economia voltada para a sustentabilidade envolve a viabilidade econômica. “Quando você fala de energias renováveis, algumas ainda não são tão acessíveis”, destacou.

Para ele, o primeiro setor que deve se beneficiar do mercado regulado de carbono é o de floresta preservada, que envolve a conservação e a recuperação de vegetação nativa. Por características naturais. Isso porque o Brasil possui 560 milhões de hectares de florestas, sendo 280 milhões de áreas públicas e 280 milhões de áreas privadas.

“Outro setor importante é o tratamento de resíduos, onde você tem possibilidade de uma criação de projetos de redução de emissão baseados em resíduos orgânicos, especialmente da agricultura. Aí, você teria o que estão chamando de pré-sal caipira ou pré-sal verde, onde você pode gerar o seu próprio combustível.”

A informação é da Agência Brasil.


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