Gás do Povo: governo reajusta valores a revendedoras; no Amazonas botijão de 13 kg passa para R$ 113

Os Ministérios da Fazenda e de Minas e Energia (MME) reajustaram os valores de referência do botijão de 13 kg para o Gás do Povo — novo programa do governo para ampliar o acesso ao gás de cozinha (GLP) nos lares brasileiros. A atualização, publicada por meio de portaria na última semana no Diário Oficial, ocorre após manifestação do setor e impacta dez estados. No caso do Rio de Janeiro, o preço permanece o mesmo divulgado inicialmente, de R$ 92,12.

A portaria altera os valores de referência nos seguintes estados: Amazonas (de R$ 94,89 para R$ 113), Bahia (de R$ 101,36 para R$ 105,35), Maranhão (de R$ 97,81 para R$ 107,80), Mato Grosso do sul (de R$ 98,67 para R$ 100,04), Minas Gerais (de R$ 94,19 para R$ 94,48), Rio Grande do Sul (de R$ 93,96 para R$ 101,33), Roraima (de R$ 113 para R$ 127,44), Santa Catarina (de R$ 97,64 para R$ 108,45), São Paulo (de R$ 96,51 para R$ 99,19) e Tocantins (de R$ 111,77 para R$ 114,87).

O presidente do Sindigás, Sergio Bandeira, diz que, desde a divulgação dos primeiros preços de referência, o setor havia sinalizado ao governo sobre mercados com “valores bastante distantes da realidade local”. Segundo ele, a percepção é que a medida busca reduzir distorções:

— A percepção do setor é que o objetivo foi reduzir distorções entre os valores definidos e o que aparece nas pesquisas de mercado da ANP em estados onde a diferença era mais acentuada. O programa está em construção e ajustes pontuais fazem parte dessa fase inicial — avalia

De acordo com a portaria que trata do tema, os valores serão atualizados a cada 12 meses ou, de forma extraordinária, a critério do Comitê Gestor. Segundo o MME, uma novidade é a inclusão de um gatilho que indica quando há necessidade de um novo reajuste nos preços de referência estaduais.

Bandeira avalia que ajustes pontuais fazem parte dessa fase inicial do programa. Ele destaca que os gatilhos de atualização ajudam a acompanhar variações de mercado e evitam travas nas operações do dia a dia:

— O programa ainda está nascendo. Reajustes anuais podem criar desafios de adesão para algumas revendas ao longo do tempo, e isso é natural num processo tão novo. O governo, porém, tem trabalhado em mecanismos e gatilhos que permitem repassar variações relevantes, como de impostos ou de preço no ao consumidor, para cima ou para baixo. Já sabemos que janeiro de 2026 trará uma elevação do ICMS, com impacto mínimo estimado de R$ 1,40 no custo do botijão de 13kg — diz.

O programa Gás do Povo oferece gratuidade na recarga do botijão de 13kg em revendas credenciadas. A meta é beneficiar até 15 milhões de famílias até março de 2026 — cerca de 50 milhões de pessoas. Nesta segunda-feira (dia 24), teve início a primeira etapa de distribuição vale-recarga, que vai contemplar cerca de um milhão de famílias em dez capitais do país.

A principal diferença para o Auxílio Gás atual é o recebimento de um benefício exclusivo para recarga do botijão, em vez de um valor, hoje de R$ 108, a cada dois meses, que pode ser usado para outras finalidades.

A recarga é feita diretamente na revenda, sem intermediários. No momento da retirada, o responsável pela família poderá validar o benefício utilizando:

Cartão com chip do Bolsa Família + senha
Cartão de débito de conta da Caixa + senha
CPF e código de validação enviado ao celular cadastrado

A verificação ocorrerá por meio de um sistema eletrônico instalado nas revendedoras que aderiram voluntariamente ao programa.