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Garimpo ilegal triplica na Amazônia e já devasta área acima de 200 mil hectares, em 20 anos; aponta estudo

A área destruída é duas vezes maior que a cidade do Rio de Janeiro, conforme aponta o estudo Fatos da Amazônia – 2024, do projeto Amazônia 2030.

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Um novo estudo revela que a Amazônia enfrenta uma ameaça crescente e devastadora: o garimpo ilegal. Entre 2000 e 2022, essa prática criminosa triplicou na região, expandindo de 74.076 hectares para alarmantes 241.019 hectares, uma área duas vezes maior que a cidade do Rio de Janeiro, conforme aponta o estudo Fatos da Amazônia – 2024, do projeto Amazônia 2030. Esse crescimento desenfreado está diretamente ligado à crise humanitária dos Yanomami, uma das comunidades indígenas mais afetadas pela invasão de suas terras, mas também vem deteriorando a economia e a segurança na região.

A área destinada para garimpo ilegal é tão impressionante, que segundo o estudo, o total utilizado para mineração industrial na Amazônia Legal, que também triplicou no mesmo período, ocupa menos de um terço da área do garimpo, tendo saltado de 22.420 hectares no ano 2000 para 66.073 hectares em 2022. O estado do Pará, em particular, é o epicentro dessa expansão, sendo o principal responsável pela maior abertura de solo para mineração e também o maior produtor de minérios da região.

De acordo com o levantamento, a atividade de mineração industrial no Pará ocorre de forma autorizada em 16 municípios, principalmente para a extração de minério de ferro, bauxita, caulim, calcário, níquel, manganês e ouro. A transformação mineral, por sua vez, está concentrada em apenas dois municípios paraenses: Marabá e Barcarena.

Recentemente, as Forças Armadas destruíram mais cinco acampamentos montados por garimpeiros ilegais na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, durante uma operação conjunta com o Ibama e a Polícia Federal. A ação visa interromper a logística das atividades garimpeiras e atender a população indígena. Embora a destruição dos acampamentos e a apreensão de equipamentos sejam passos importantes, a realidade no terreno continua alarmante. A contaminação dos rios com mercúrio e outros metais pesados usados na mineração está envenenando as águas e alimentos dos Yanomami, causando sérios problemas de saúde. Além disso, a destruição do habitat natural está levando à perda irreparável de biodiversidade, afetando inúmeras espécies de flora e fauna que sustentam a vida tradicional dessa comunidade.

A invasão garimpeira também trouxe violência e desintegração social. Conflitos com garimpeiros armados são frequentes, resultando em mortes, ferimentos e deslocamentos forçados. A presença desses invasores facilita a disseminação de doenças, como a malária, que se espalha rapidamente nos acampamentos de garimpo. A combinação desses fatores está destruindo a cultura e o modo de vida dos Yanomami, ameaçando sua existência.

O estudo Ilegalidade e Violência na Amazônia, também do projeto Amazônia 2030, já havia apontado o garimpo ilegal como uma das principais atividades ligadas ao aumento da criminalidade na região. Porém, a pergunta que precisa ser respondida é: quem ganha com o ouro ilegal?

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