Brasil
Frentes parlamentares emitem nota contra texto do projeto das fake news
Congressistas afirmam que texto do relator Orlando Silva “cria ameaças à pluralidade de ideias e aos valores cristãos”
Congressistas emitiram nota conjunta em que se dizem contrários à votação do novo texto do PL das fake news (2.630 de 2020), prevista para ser realizada na Câmara dos Deputados na tarde desta 3ª feira (2.mai.2023). Segundo o documento, o projeto “cria sérias ameaças à pluralidade de ideias e aos valores cristãos.”
O texto (eis a íntegra – 362 KB) é assinado pelas seguintes frentes parlamentares:
- Frente Parlamentar Evangélica;
- Frente Parlamentar Católica;
- Frente Parlamentar da Família;
- Frente Parlamentar contra a Sexualização Precoce de Crianças e Adolescentes;
- Frente Parlamentar Mista Contra o Aborto e em Defesa da Vida.
Para os congressistas, a versão final divulgada pelo relator do PL, deputado Orlando Silva (PC do B-SP), permite que as plataformas digitais decidam “o que se pode ou não ser divulgado, uma vez que, para não correrem riscos, optarão pela não publicação do conteúdo.”
A nota também critica a possibilidade de expansão das competências de um comitê gestor da internet.
“Órgão supostamente multissetorial, mas que atualmente é comandado por indicação de grupos que historicamente tem combatido os valores cristãos, e cuja influência do governo (no presente ou futuramente) poderá chegar a quase unanimidade das cadeiras (43% de forma direta e as demais indiretamente influenciáveis)”, diz a nota.
As frentes parlamentares destacaram que aliados do governo usaram ataques recentes em escolas para alavancar o projeto e acelerar a votação.
“É antidemocrático que se utilizem de acontecimentos socialmente sensíveis, como os ataques às escolas e abusos nas redes contra crianças, para flexibilizar direitos fundamentais como a liberdade de expressão e religiosa. Tais problemas devem ser solucionados com saídas sérias e definitivas, e não serem utilizadas como pretexto ou cortina de fumaça”, afirmam.
Por fim, a nota afirma diz prezar pela “defesa de nossas garantias conquistadas em defesa da liberdade religiosa e democrática, individual e coletiva não serão negociadas, e exigimos seu fiel cumprimento, conforme preceitua a Carta Magna”.
“Desta forma, orientamos contrariamente ao PL 2630/2020”, finaliza.
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