Brasil
FGV terá indicadores para medir riscos de corrupção em empresas públicas e privadas de saúde
Projeto quer gerar métricas para mapear a percepção de riscos de corrupção nas companhias públicas e privadas; indicadores devem ser apresentados a autarquias que regulam o setor.
Pesquisadores da Fundação Getulio Vargas (FGV) estão desenvolvendo indicadores para identificar e mapear a percepção de riscos de corrupção em empresas públicas e privadas do setor da saúde no Brasil. A primeira fase do projeto Índice de Percepção da Corrupção no Setor da Saúde consiste em uma pesquisa, com previsão de um ano para a conclusão.
Lançada em janeiro deste ano, a iniciativa está diretamente ligada ao Centro de Estudos em Ética, Transparência, Integridade e Compliance da FGV (FGVethics) e tem parceria com o Instituto Ética Saúde (IES).
A FGV já é conhecida por criar e gerir indicadores nacionais como o Índice de Preço ao Consumidor (IPC), utilizado na aferição inflacionária. Com o êxito na elaboração das métricas relacionadas à saúde, a intenção é que a medida ganhe relevância semelhante e possa ser posteriormente usada por autarquias reguladoras do setor, como o Ministério da Saúde, Controladoria Geral da União e secretarias estaduais de saúde, afirma a coordenadora do FGVethics, Ligia Maura Costa.
Segundo a especialista, nesta fase inicial, o grupo de pesquisadores está trabalhando em uma coleta de dados que dará base a uma pesquisa qualitativa e quantitativa, que será implementada nas fases 2 e 3 do projeto. O questionário será disponibilizado via internet e terá como foco stakeholders (partes interessadas) que atuam na linha de frente do setor de saúde.
Além de médicos, enfermeiros, pacientes e usuários finais de planos de saúde, a pesquisa irá coletar e analisar respostas de representantes de outros departamentos em hospitais, fábricas e distribuidoras para entender a percepção de riscos de corrupção relacionados a profissionais da saúde nas empresas em que atuam.
“O objetivo da pesquisa é compor um indicador de percepção da corrupção”, explica Ligia. “O indicador não irá ranquear as empresas, como faz a Transparência Internacional, ou dizer qual delas é mais ou qual é menos corrupta. A meta é criar indicadores para que as decisões estratégicas dos stakeholders de linha de frente sejam melhoradas”, complementa.
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