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Em Belém, Tony Blair defende plano estratégico com tecnologias sustentáveis na Amazônia

Ex-primeiro-ministro da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte participou de Conferência no Pará organizado por mineradoras multinacionais para discutir sustentabilidade na Amazônia.

O ex-primeiro-ministro da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte Tony Blair disse, nesta quinta-feira (31), em Belém, no Pará, que “a Amazônia precisa de um plano estratégico de credibilidade, que inclua novas soluções tecnológicas e formas de financiamento para o combate às mudanças climáticas”.

Blair concedeu uma palestra na Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, no Hangar – evento organizado por mineradoras multinacionais para discutir sustentabilidade na Amazônia.

“Existe a falta de um plano estratégico sobre a Amazônia, que trate do meio ambiente, da geração de emprego, dos povos originários, e disposto com credibilidade e financiado adequadamente. É aí que reside a dificuldade, mas se houver clareza e direcionamento, o mundo deve seguir esse plano para a região”.

Na palestra, o ex-primeiro-ministro manteve discurso aliando desenvolvimento à ecologia. Ele citou que a região amazônica tem enorme potencial de apresentar soluções diante do que ele chama de revolução tecnológica do século XXI, com advento da inteligência artificial, e defendeu que a floresta seja palco de estudos em prol da saúde global.

“A revolução tecnológica é o maior acontecimento atual que se desenrola no mundo, e essa mudança pode ser tão dramática quanto a revolução industrial do século XIX. Por isso, os países que não tirarem proveito dessa revolução vão ficar para trás. Além da questão ambiental e do clima, a Amazônia pode ter um papel muito importante se formos falar sobre medicamentos e tratamentos que também podem fazer uma diferença enorme para o mundo”.

Indústria e combustíveis fosseis

Durante a palestra na cidade que deve sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), Blair afirmou que o “debate sobre clima não tem que deixar de lado a indústria de combustíveis fosseis”.

“O setor minerário tem que ser parte do debate, o setor privado também, sem essa cooperação nunca vamos conseguir fazer nada. E uma das coisas que fazemos no momento é olhar como se faz a transição de combustíveis fósseis, de acordo com a agenda internacional de transição energética. Temos que assegurar que isso seja desenvolvido da forma mais sustentável”.

O ex-1º ministro também afirmou que os setores da mineração e indústria “são essenciais para produção de energia limpa, e no caso do minério de ferro para o atual modo de vida”.

“Essa produção ainda pode melhorar, se tornar mais limpa, são as coisas que deveríamos estar discutindo com a indústria, sobre como proteger a floresta tropical, porque a proteção da floresta é essencial para controlar as mudanças climáticas”.

“A mineração precisa ser parte da solução e não apenas parte do problema, isso enquanto consumimos os seus produtos. Sinto que o mundo está pronto para isso agora, e essas soluções precisam ser práticas.

Conferência internacional em Belém

Belém recebe até sexta-feira (1º) a “Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias”. Durante três dias, no Hangar, os participantes debatem sobre melhores práticas para o desenvolvimento econômico e social da região no evento organizado por mineradoras multinacionais.

Entre os temas em debate estão: novas economias, bioeconomia, economia circular, minerais estratégicos, mercado de carbono, economia solidária, ESG, combate aos crimes ambientais.

O objetivo da conferência internacional “é encontrar soluções para a manutenção da floresta e colaborar com a construção de uma agenda verde para a transição econômica”.

O evento ocorre no mesmo mês da realização da Cúpula da Amazônia, que reuniu diversos chefes de estados dos países da região amazônica e representantes da sociedade civil em Belém.

A Cúpula foi articulada pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir as metas para os países amazônicos e para preservação do meio ambiente diante da crise climática.

Já a Conferência reúne personalidades do Brasil, Canadá, Inglaterra, França, Suíça, Coreia do Sul e Colômbia.

O evento também traz figuras públicas internacionais, como o ex-primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair; o ex-secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; o presidente da Colômbia, Iván Duque; e o embaixador da Unesco para a Sustentabilidade, Oskar Metsavaht.

A Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias é promovida pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), organização sem fins lucrativos que reúne mais de 130 empresas e instituições que atuam no setor mineral.


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