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Brasil

Queimadas na Amazônia em 2020 superam os registros do ano passado inteiro

Os focos de incêndio contabilizados no bioma até o dia 22 de outubro deste ano já eram 89.604; número bate a quantidade de queimadas do ano todo de 2019, que foi de 89.176.

O número de queimadas na Amazônia até o dia 22 de outubro de 2020 já é maior do que o registrado em todo o ano de 2019. Até aqui, já foram registrados 89.604 focos de incêndio na Amazônia neste ano. Em todo 2019, o número de queimadas foi de 89.176. O ano atual também já supera diversos anteriores, como 2018 e 2016. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

O crescimento do fogo na Amazônia acontece apesar da presença das Forças Armadas, na Operação Verde Brasil 2, na floresta desde maio. Considerando somente o mês de outubro, até o dia 22 o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou 13.574 focos de calor, um número 73% maior do que o do mesmo mês do ano passado. O número também já é 27% superior ao de outubro de 2018 e se encaminha para superar 2016 e 2017.

As queimadas vêm crescendo mês após mês desde junho deste ano. Em relação ao observado em 2019, agosto de 2020 teve um registro levemente inferior, mas, naquele mês, houve um problema com os satélites que acompanham o fogo no bioma, o que resultou em um valor subestimado.

Pesquisadores vinham alertando para um possível aumento das queimadas em 2020 por causa dos grandes e crescentes níveis de desmatamento dos últimos anos – fogo e desmate estão diretamente relacionados porque, após a derrubada da mata, o fogo é usado para limpar o material orgânico no local.

Entre agosto de 2018 e julho de 2019, mais de 10 mil km² de floresta foram derrubados, segundo dados do Prodes (programa do Inpe que mede o desmatamento anual). O valor é 34% maior do que o do mesmo período do ano anterior. Dados do Deter (outro sistema do Inpe, usado para auxiliar a fiscalização ambiental) apontam que o período 2019-2020 também teve um acentuado crescimento no desmate.

Ao mesmo tempo em que o fogo cresce em 2020, e não só na Amazônia, o combate às queimadas é colocado em dúvida. Na última quinta-feira (22), o Ibama anunciou, por falta de verbas, a interrupção da ação dos brigadistas contra as queimadas e a determinação do retorno de todos eles para suas bases.

A ordem atingia todos os biomas, inclusive o Pantanal, que enfrenta o pior ano de queimadas já registrado no bioma. Nesta sexta-feira (23), o governo anunciou a retomada imediata da ação de brigadistas.

“Determino o retorno de todas as brigadas de incêndio florestal do Ibama para as suas respectivas atividades e operações a partir da presente data”, diz ofício assinado por Ricardo Vianna Barreto, chefe do Centro Especializado Prevfogo, unidade do Ibama de combate a incêndios.

Outro vaivém relacionado ao combate a incêndios já tinha ocorrido no fim de agosto, quando o Ministério do Meio Ambiente anunciou a suspensão de todas as operações de combate ao desmatamento ilegal e a queimadas na Amazônia Legal e no Pantanal por um bloqueio financeiro determinado pela SOF (Secretaria de Orçamento Federal). Os recursos foram posteriormente desbloqueadas e as ações retomadas.


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