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Brasil

Discriminação e assédio no trabalho já afetaram 4 em cada 10 brasileiros, aponta pesquisa

Maioria dos casos não é relatada ao RH por medo de retaliação, descrença em soluções ou falta de conhecimento.

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O preconceito com minorias ainda é uma realidade presente no ambiente de trabalho. De acordo com pesquisa do Instituto Locomotiva, cerca de 55,6 milhões de brasileiros já sofreram com assédio, discriminação ou preconceito enquanto trabalhavam. Isso faz com que praticamente 4 em cada 10 pessoas tenham passado por situações do tipo.

A pesquisa mostra que cerca de 70% desses casos não são relatados ao RH das empresas. E dentre esses, 30% dos alvos dos ataques são pessoas não-hétero e 29% mulheres.

O medo de retaliação por colegas e superiores, a descrença na eficácia das políticas existentes, ou até mesmo falta de conhecimento sobre os canais adequados para denúncias levam ao silenciamento dessas pessoas, segundo a especialista em RH, Manu Pelleteiro.

“Há uma necessidade urgente de os departamentos de RH serem vistos não apenas como gestores de tarefas administrativas, mas como facilitadores essenciais de uma cultura e ambiente de trabalho saudável”, defende Pelleteiro.

“Para isso, é crucial que haja uma política clara de portas abertas e uma garantia de que todas as queixas serão tratadas com seriedade, sem preconceitos e, principalmente, respeitando a confidencialidade”, conclui.

A pesquisa destaca que esse tipo de situação é mais recorrente entre grupos minoritários em comparação com homens, pessoas brancas e héteros.

O alto nível de casos como esses revela problemas estruturais na cultura corporativa das empresas, afirma Pelleteiro.

“Apesar dos avanços em conscientização e legislação, lidamos com desdobramentos de uma cultura de trabalho que carrega muitos tabus”, pontua a especialista em RH.

Ela reforça que as empresas precisam ir além das afirmações e executar ações para promover um ambiente de trabalho mais seguro.

“A liderança deve ser exemplo ativo nesse processo, demonstrando não só por palavras, mas principalmente através de ações concretas que o respeito e a igualdade são valores inegociáveis”, conclui.

Quando falamos de oportunidades, a percepção do preconceito de gênero fica ainda mais evidente para os trabalhadores. A pesquisa aponta que 75% dos brasileiros concordam que o mercado de trabalho é mais receptivo para os homens do que para as mulheres.

Para o público feminino, essa realidade é ainda mais evidente: 78% notam menos oportunidades para mulheres do que homens no mercado de trabalho de forma geral.

O preconceito é ainda maior quando essas mulheres têm filhos. 88% afirmam que mães enfrentam mais desafios no mercado.

Etarismo

Outro grupo que recebe menos oportunidades no mercado de trabalho é o dos idosos.

87% dos brasileiros concordam que pessoas mais velhas têm maior dificuldade no ambiente de trabalho, uma percepção que chega a 93% entre pessoas com mais de 61 anos.

O etarismo é um tipo de preconceito que surge quando trabalhadores realizam a problemática relação entre envelhecimento e diminuição da produtividade ou resistência a novas tecnologias e formas de trabalhar, explica Manu Pelleteiro.

“Esse tipo de preconceito ignora o grande conhecimento e experiência que profissionais mais velhos trazem para a mesa”, reforça.

Segundo a especialista em RH, muitas empresas buscam integrar seus empregados mais experientes com os mais jovens afim de promover a troca de conhecimentos e soluções mais criativas e abrangentes.


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