Brasil
Dez estados, entre eles o Amazonas, registram aumento de casos de síndrome respiratória grave, alerta Infogripe
Crianças e adolescentes são os mais atingidos pelo rinovírus.

Dez estados tiveram alta de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), principalmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste, informou o Boletim Infogripe da Fiocruz divulgado nesta quinta-feira (10/09). A única região em que nenhum estado apresenta tendência de crescimento de SRAG é a Sul. Em muitos estados, o rinovírus é o responsável por casos graves, que atinge principalmente crianças e adolescentes. A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 36, período de 31 de agosto a 6 de setembro.
O estudo verificou que as 10 unidades federativas (UFs) apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a SE 36: Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro e Tocantins.
A Covid-19 também tem impulsionado o incremento de SRAG em diversos estados, sobretudo nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, além do Pará e Maranhão, com impacto maior na população adulta e idosa.
O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao monitoramento de casos de SRAG no país. A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e resposta a eventos em saúde pública.
A atualização aponta que, nas quatro últimas semanas epidemiológicas, os casos positivos foram de 48,9% de rinovírus; 20,8% de Vírus Sincicial Respiratório (VSR); 15,5% de Sars-CoV-2 (Covid-19); 8,3% de influenza A; e 1,8% de influenza B.
Os casos de SRAG por influenza A e VSR continuam diminuindo em todo o país, com exceção do Amazonas, onde ainda se observa um crescimento dos casos graves por VSR nas crianças pequenas. No Distrito Federal, há um aumento de SRAG associado à influenza A e a Covid-19 em jovens, adultos e idosos.
Diante desse cenário, a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e responsável pelo Boletim InfoGripe, Tatiana Portella, mantém as recomendações como o uso de máscaras em locais fechados e dentro dos postos de saúde. “Caso crianças e adolescentes apresentem sintomas de gripe ou resfriado, o ideal é permanecer em casa em isolamento ou, se precisarem sair, utilizar uma boa máscara”, explicou.
Portella destacou também a importância de que a população esteja em dia com a vacinação contra a Covid-19 e contra a influenza. “Pessoas imunocomprometidas e idosos precisam tomar doses de reforço da vacina contra a Covid-19, a cada seis meses, para se manterem protegidos contra os casos graves e óbitos do vírus”, destacou.
A análise apontou que a Covid-19 está associada ao aumento de SRAG na população adulta e/ou idosa do Pará e do Maranhão, assim como em alguns estados do Centro-Oeste (Goiás e Distrito Federal) e Sudeste (Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo).
A pesquisa verificou ainda um leve crescimento nas notificações de SRAG por Covid-19 em estados da região Centro-Sul (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Paraná), Nordeste (Bahia, Piauí e Paraíba), e Norte (Amazonas e Amapá), embora ainda sem causar uma alta nas hospitalizações por SRAG.
Estados e capitais
Além disso, nove UFs também apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraná, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina e Sergipe. A alta de casos na maioria desses estados é um reflexo da temporada dos vírus influenza A e VSR que, no entanto, seguem em tendência de queda na maior parte do país.
Observa-se também uma leve retomada do crescimento dos casos de SRAG associados à influenza A na população de jovens, adultos e idosos no Distrito Federal. Além disso, o rinovírus é responsável pelo aumento dos casos de SRAG no Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro, especialmente nas crianças e adolescentes de 2 a 14 anos, porém com sinais de desaceleração de crescimento no Distrito Federal.
O monitoramento revela que seis capitais apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Boa Vista (Roraima), Cuiabá (Mato Grosso), Florianópolis (Santa Catarina), João Pessoa (Paraíba), Salvador (Bahia) e São Luís (Maranhão).
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 8,3% de influenza A, 1,8% de influenza B, 20,8% de VSR, 48,9% de rinovírus, e 15,5% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos e no mesmo recorte temporal foi de 21,7% de influenza A, 1,8% de influenza B, 12,7% de VSR, 29,3% de rinovírus e 34,1% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Em 2025, já foram notificados 172.498 casos de SRAG, sendo 91.900 (53,3%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 60.520 (35,1%) negativos e 8.910 (5,2%) aguardando resultado laboratorial.
Quanto aos casos positivos neste ano, observou-se 24% de influenza A, 1,1% de influenza B, 44,2% de vírus sincicial respiratório, 26,1% de rinovírus, e 7,3% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
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