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Brasil

Desmatamento na Amazônia pode aumentar em 2020, diz MapBiomas

Brasil precisa adotar medidas para evitar incêndios durante a estação seca em 2020, afirma o grupo que monitora a taxa de destruição da floresta.

O desmatamento da floresta amazônica poderá aumentar este ano, uma vez que nenhuma nova medida de prevenção de incêndios foi proposta para conter os incêndios que ocorrem durante a estação seca de 2020, afirma o grupo MapBiomas, que monitora a taxa de destruição da floresta.

“Espera-se que [o desmatamento na Amazônia] seja pior que no ano passado, a menos que algo realmente grande aconteça nos próximos dois ou três meses para evitar a alta temporada de desmatamento que começa em maio”, disse Azevedo à Reuters em Oslo, na Noruega, nesta quarta-feira (15).

A MapBiomas é uma colaboração entre universidades, grupos sem fins lucrativos e empresas de tecnologia para monitorar o desmatamento, partindo de várias fontes diferentes, incluindo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O desmatamento na Amazônia aumentou 29,5% entre agosto de 2018 e julho de 2019, de acordo com números oficiais divulgados em novembro pelo Inpe, em comparação com o mesmo período no ano anterior.

Em números absolutos, a área amazônica desmatada no ano passado foi de 9.762 quilômetros quadrados (km²). Foi a maior área desde 2008, quando o Inpe apontou 12.911 km² desmatados.

O número de incêndios na floresta amazônica também cresceu em 2019, com um aumento de 30,5% em relação ao ano anterior de acordo com dados recentes divulgados pelo Inpe.

Além da falta de medidas, em agosto, o Brasil perdeu as doações de países como a Noruega para o Fundo Amazônia, que apoia projetos para conter o desmatamento no Brasil. A suspensão aconteceu depois que o governo tentou alterar as regras de governança do fundo para decidir quais projetos ele apoia.

A Noruega tem trabalhado em estreita colaboração com o Brasil para proteger a floresta amazônica há mais de uma década e pagou cerca de 1,2 bilhão de dólares ao fundo.

“(O governo) estragou algo que estava funcionando”, disse Azevedo sobre o corte no financiamento norueguês. “Minha opinião é que eles estavam tentando impedir que o dinheiro fosse para a sociedade civil e queriam usá-lo eles mesmos, para controlar o fundo.”

Atualmente, o governo de Jair Bolsonaro elabora uma lei que abrirá reservas indígenas à mineração comercial e à agricultura sob a justificativa de avançar com o desenvolvimento econômico da Amazônia, uma medida que ambientalistas dizem que irá acelerar o desmatamento.

A liberação da mineração em terras indígenas, como o garimpo, é discutida há meses pelo governo por determinação de Bolsonaro, defensor da ideia. Em julho, ele anunciou a “intenção” de regulamentar o garimpo no país, plano que inclui a liberação da atividade em terras indígenas.


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