Brasil
Desmatamento cai na Amazônia e sobe 16,5% no Cerrado, apontam dados do Inpe
No Cerrado, entre agosto de 2022 e julho de 2023, o desmatamento saltou 16,5%, alcançando 6,3 mil km² destruídos no período.
Os alertas de desmatamento na Amazônia caíram entre agosto de 2022 e julho de 2023, segundo dados informados nesta quinta-feira (3/8) pelo governo federal, com base do sistema Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais). Na contramão, o Cerrado teve alta no mesmo período.
No caso desse sistema, os recortes são mais detalhados levam em contas sempre o período que vai de um ano ao outro, pegando nesse último dado o final do governo Jair Bolsonaro com o do governo Lula.
No período, foram desmatados 7,9 mil km² de área na Amazônia, uma queda de 7,4% em relação ao mesmo período 12 meses antes.
O estado do Pará seguiu com o campeão em desmatamento no período, com 36,2% do total desmatado, seguido pelo Mato Grosso.
“Quando a gente olha mês a mês, percebe que nos últimos meses houve uma diminuição na Amazônia, diferente do que ocorria em 2021 e 2022. De fato, há uma tendência de diminuição de desmatamento na região”, informa Gilvan Sampaio de Oliveira, coordenador-geral de Ciências da Terra do INPE
Já no Cerrado, ocorreu o contrário: entre agosto de 2022 e julho de 2023, o desmatamento saltou 16,5%, alcançando 6,3 mil km² destruídos no período.
Nesse caso, o sistema aponta que a Bahia é o estado líder em desmatamento, respondendo por 26,3% de tudo que foi devastado no Cerrado no período.
Segundo o Deter, 78,7% do desmatamento são na região do Matopiba, que corresponde ao Cerrado de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
“Diferentemente da Amazônia, acompanhando o período, a gente tem tendência de aumento. Nos últimos três meses, destaque para maio, com alta significativa, com depois um período de uma redução”, diz Gilvan Sampaio de Oliveira
Dados por bioma:
Amazônia:
2017/18 – 4.571 km²
2018/19 – 6.844 km²
2019/20 – 9.216 km²
2020/21 – 8.780km²
2021/22 – 8.590 km²
2022/23 – 7.952 km²
Cerrado:
2017/18 – 4.520 km²
2018/19 – 5.641 km²
2019/20 – 3.922 km²
2020/21 – 4.867km²
2021/22 – 5.485 km²
2022/23 – 6.359 km²
Sistema
O sistema Deter foi criado em 2004 com a finalidade de monitorar, em tempo real, o desmatamento da Amazônia.
A partir de 2015, o sistema foi atualizado com a utilização de mais satélites, o que faz com os dados completos por ano só passassem a ser publicados de 2016 em diante.
Uma das ações que o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima informou que tem feito para conter o desmatamento na Amazônia é aumentar a fiscalização e fazer a retirada do CAR (Cadastro Ambiental Rural) daquelas propriedades que invadiram terras onde o desmatamento é totalmente proibido.
Segundo o Deter, 43% dos alertas de desmatamento estão em áreas do CAR.
“Nós já fizemos todas as retiradas de propriedade dentro de terras indígenas e estamos agora retirando das unidades de conservação e florestas públicas não destinadas. Acabou a fase do CAR sem fiscalização, que estava servindo como instrumento de grilagem”, informa João Paulo Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
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