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Brasil

De última hora, Argentina se junta à aliança contra fome do G20

O lançamento oficial do programa foi feito por Lula no início da cúpula

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Na manhã desta segunda-feira (18), a Argentina aderiu à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, a principal iniciativa do governo Lula no fórum, mas apenas após o anúncio oficial pelo petista.

O que aconteceu

O lançamento oficial do programa foi feito por Lula no início da cúpula do G20. O documento não incluía a Argentina, o que causou constrangimento entre diplomatas. Até então, a Argentina havia sido o único país do G20 a não ter assinado o documento. A medida também foi vista como um indicador de que a Argentina poderia ficar de fora do documento final do G20.

Atrasado. O presidente argentino, Javier Milei, saiu do hotel às 10h15 para o evento que estava marcado às 10h. Como os cumprimentos às autoridades se alongaram, Lula só foi discursar mais tarde. O último a chegar ao evento foi o presidente da Colômbia, Gustavo Petro.

82 países assinaram. A Aliança conta agora com 148 membros fundadores, incluindo 82 países, a União Africana, a União Europeia, 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras internacionais e 31 organizações filantrópicas e não governamentais.

A adesão da Argentina foi posterior à oficialização da aliança por Lula. O petista fala em 81 países no anúncio do lançamento da iniciativa.

Aderir à aliança significa que os países anunciaram compromissos para reduzir a fome e a pobreza — a maioria, no âmbito nacional. Um número menor também prometeu conceder recursos para auxiliar na implementação de políticas públicas em regiões em desenvolvimento. É o caso da Noruega.

Um único banco, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), anunciou um aporte de US$ 25 bilhões, equivalente a R$ 146 bilhões no câmbio atual. Os empréstimos serão destinados a projetos na América Latina e no Caribe. Ao todo, nove instituições financeiras aderiram à aliança.

Sob a presidência de Javier Milei, a Argentina tem adotado posturas dissonantes nos fóruns multilaterais (onde países tomam decisões em conjunto, como agências da ONU). No G20, a Argentina apresentou obstáculos nas negociações da declaração final de líderes. Antes disso, nas reuniões prévias, foi o único país que se recusou a assinar dois documentos: um sobre igualdade de gênero e outro que aborda o desenvolvimento sustentável.

Historicamente, a Argentina não se opõe a essas questões. No entanto, o governo de Javier Milei tem mudado os rumos da política externa do país. Ele se diz “antiglobalista”, termo usado por alguns líderes para criticar organizações multilaterais e a ordem global definida após a Segunda Guerra Mundial. Para eles, a globalização destrói a característica nacional do país e limita a ação do estado. O principal expoente deste grupo é o americano Donald Trump, de quem Milei já se declarou fã.

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