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Brasil

Datafolha: Piora a avaliação do Congresso, que tem trabalho reprovado por 44% dos entrevistados

Em meio a crise institucional provocada por Bolsonaro, só 13% consideram ação de parlamentares ótima ou boa.

Aumentou a erosão da imagem do Poder Legislativo brasileiro. Para 44% dos brasileiros, o trabalho de deputados federais e senadores é ruim ou péssimo.É o que revela pesquisa do Datafolha feita de 13 a 15 de setembro, na qual foram ouvidas 3.667 pessoas com mais de 16 anos em 190 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

É uma reprovação equivalente aos 45% que achavam o trabalho parlamentar ruim ou péssimo em dezembro de 2019, numericamente a pior marca da atual legislatura. Em relação ao mais recente levantamento, é uma piora: em julho, desaprovavam os congressistas 38%.

Naquela rodada, 14% achavam o trabalho no Congresso bom ou ótimo, índice que oscilou negativamente para 13%. Consideram o trabalho regular 40%, ante 43% há dois meses. Não souberam opinar 3%.

No período houve o desenrolar da crise do voto impresso, que opôs Bolsonaro ao Judiciário, mas também ao Congresso: por iniciativa de aliados seus, uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) foi colocada a voto para reinserir o instrumento nas eleições.

Ela acabou não conseguindo o número de votos suficientes, sendo apreciada em plenário no fatídico 10 de agosto, quando Bolsonaro aproveitou que havia blindados da Marinha em Brasília, rumo a um exercício militar em Goiás, e decidiu fazer uma demonstração de força ao promover um desfile com eles na Esplanada dos Ministérios.

A tentativa de intimidação deu errado e ainda virou piada política, devido à queima de fumaça de motores diesel desregulados de alguns dos tanques exibidos. Bolsonaro ainda insiste na iniciativa, mas recuou após os atos do 7 de Setembro.

A mesma pesquisa do Datafolha mostrou que 56% dos brasileiros deseja a abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro, ato que é privativo do presidente da Câmara.

Na outra mão, a que desagrada os bolsonaristas, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), tem tomado decisões contrárias aos desejos do Planalto.

Seja por qual lado, a reprovação ao trabalho parlamentar é maior entre aqueles mais instruídos (53% para quem tem curso superior) e mais ricos (57% entre os que ganham mais de 10 salários mínimos).

O trabalho é mais bem avaliado justamente por pessoas que aprovam o governo Bolsonaro (22% da amostra total, ante 24% de regular e 53%, de ruim ou péssimo): 23% de ótimo e bom.

No seu melhor momento, justamente na pesquisa que inaugurou essa série, a atual legislatura tinha 22% de aprovação, 41% de avaliação regular e 32% de reprovação.


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