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MPF investiga denúncia de fura-fila na vacinação das Forças Armadas e da Abin, em Brasília

Órgão apura se servidores que não estão na linha de frente do combate à pandemia foram imunizados. Secretaria de Saúde diz que vai responder aos questionamentos do órgão.

Militares e servidores da Abin teriam sido vacinados antes do público. (Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF)

O Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito para investigar se houve fura-fila na vacinação contra Covid-19 de servidores das Forças Armadas e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), em Brasília. A suspeita é que eles tenham passado na frente de outros públicos na campanha de imunização. A informações é do G1.

A informação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pela TV Globo. Procuradores se reuniram com integrantes do Ministério da Saúde e questionaram o motivo de militares, incluindo os que não estão na linha de frente do combate à pandemia, serem considerados “grupos prioritários” (veja mais abaixo).

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O inquérito, segundo o MPF, foi instaurado em 30 de junho. Em nota, a Secretaria de Saúde disse que vai responder aos questionamentos do órgão.

Já a Associação dos Servidores da Abin (Asbin) defendeu a imunização dos profissionais e disse que eles se expõem aos riscos da Covid-19. Procurado, o Ministério da Defesa ainda não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.

A base da investigação do MPF é a notícia de que servidores da Abin e militares que fazem serviços administrativos e não se enquadram nos critérios estabelecidos pelo Governo do DF para vacinação foram imunizados.

O Executivo local admitiu que, entre abril e maio, 130 servidores da Abin foram vacinados. A imunização ocorreu na Praça dos Cristais, em frente ao quartel-general do Exército Brasileiro. Nesse ponto, a campanha é realizada em parceria com o Comando Militar do Planalto.

Segundo a Secretaria de Saúde, a lista dos vacinados da Abin foi enviada diretamente ao Exército, com a justificativa de “sigilo das atividades e nomes dos servidores”. A pasta não informou quantos militares das Forças Armadas foram imunizados.

Critérios

A apuração do jornal O Globo revelou que o Ministério da Saúde respondeu ao MPF que “as Forças são consideradas como serviço essencial para ‘manutenção da ordem'”. Entretanto, na capital federal, a imunização das forças de segurança, que começou em abril, obedece a regras específicas.

Servidores que têm direito à vacinação precisam atuar:

– No atendimento ou transporte de pacientes;
– Em resgates e atendimento pré-hospitalar;
– Nas ações de vacinação contra a Covid-19;
– No trabalho de vigilância das medidas de distanciamento social, com contato direto e constante com o público.

A norma diz ainda que “os demais trabalhadores das forças de segurança pública e Forças Armadas, que não se enquadram nas atividades descritas, serão vacinados de acordo com o andamento da Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19”.

Imunização no DF
A campanha de vacinação no Distrito Federal começou em 19 de janeiro, pelos profissionais da saúde. No momento, o serviço atende pessoas acima dos 41 anos, sem comorbidades, profissionais das forças de segurança, indígenas e outros grupos (veja quem tem direito).

Neste domingo (11), o Distrito Federal chegou a 1.108.451 imunizados com a primeira dose ou dose única. Entre os imunizados que tomaram as vacinas da Pfizer, AstraZeneca ou CoronaVac, 362.550 receberam a segunda dose e completaram a vacinação. Já os que receberam o farmacêutico da Janssen desde o início da campanha somam 32.433.


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