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Brasil

Correntes de vento levarão fumaça da Amazônia para o sul do Brasil, informa MetSul

MetSul Meteorologia alerta que grande quantidade de fumaça do Norte do Brasil e Bolívia vai chegar ao RS, SC e PR.

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A MetSul Meteorologia adverte que a fumaça das queimadas na região amazônica será levada para o Sul do Brasil com impactos principalmente no Rio Grande do Sul durante esta segunda metade da semana, causando redução de visibilidade e afetando a qualidade do ar em diferentes. As informações são do MetSul Meteorologia, site de monitoramento de clima.

Copernicus

Modelos de dispersão de aerossóis, como o europeu CAMS do Sistema Copernicus, projetam um denso corredor de fumaça, resultante do grande número de queimadas que vem se registrando nestes dias na Amazônia do Brasil e de países vizinhos, rumando para Sul e atingindo a parte meridional do Brasil, explica a publicação. O corredor de fumaça percorre milhares de quilômetros e abrange uma área que vai da região amazônica até o Rio Grande do Sul, passando pelos territórios da Bolívia, Paraguai e o Nordeste da Argentina.

De acordo com o MetSul, a origem principal da fumaça está no Sul da região amazônica, em particular no Sul do estado do Amazonas, no chamado arco do desmatamento, assim como em Rondônia e na Bolívia, onde o número de queimadas tem sido bastante elevado neste mês de agosto, cobrindo de fumaça grande parte do Norte do Brasil.

O corredor de fumaça será trazido para o Sul por uma corrente de jato em baixos níveis, um corredor de vento a cerca de 1.500 metros de altitude, que se origina no Sul da Amazônia e desce até o território gaúcho. É justamente esse corredor de vento quente e seco que transporta a fumaça para o Sul juntamente com o ar tropical que eleva a temperatura. É o que fará a temperatura subir bastante no Rio Grande do Sul no final da semana com tardes mais quentes na sexta e no sábado, quando algumas cidades devem ter marcas perto ou acima de 30ºC no estado gaúcho. Normalmente, nesta época do ano, estes corredores de fumaça alcançam o Sul do Brasil. Isso se dá quando as correntes de vento passam a ser de Norte. Às vezes, a fumaça da Amazônia desce até mais ao Sul e alcança a região de Buenos Aires e mais raramente o Norte da Patagônia.

Não será a primeira vez que um corredor de fumaça alcança o Sul do Brasil neste mês de agosto. Mais cedo neste mês, denso corredor de fumaça chegou aos estados do Sul com redução de visibilidade e deixando o sol laranja e vermelho. Uma névoa, no caso a fumaça, cobriu várias cidades da região. Diferentemente da região amazônica, onde a fumaça atua mais perto da superfície e traz piora da qualidade do ar com problemas respiratórios para a população local, no Sul do Brasil está em suspensão na atmosfera. Por isso, seus efeitos se percebem pelo tom mais acinzentado do céu com aspecto fosco e ainda por cores realçadas do sol ao amanhecer e no fim da tarde. Excepcionalmente, a fumaça vinda do Norte pode descer a altitudes menores e prejudicar a qualidade do ar de forma mais significativa no território gaúcho.

Satélite mostra muita fumaça

A quantidade de fumaça que vai descer da Amazônia para o Sul é substancial, mostram imagens de satélite. Imagem de satélite publicada ontem pela divisão de aerossóis da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera, em Washington, mostra densa fumaça sobre a Bolívia e o Norte do Brasil. NOAA Há uma alta densidade de aerossóis, o que se verifica quando há muita fumaça, em quantidade maior que no episódio do começo do mês. Assim, espera-se que uma grande quantidade de fumaça atue sobre o Sul do Brasil no final desta semana, durante o fim de semana e ainda no início da semana que vem, antes de uma massa de ar frio chegar e limpar a atmosfera.

Queimadas em grande número na região Amazônica

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais mostram que somente nos primeiros 27 dias de agosto foram identificados por satélites 28697 focos de calor na Amazônia brasileira. O número supera a média histórica mensal de 26218 focos de calor no bioma. O número de queimadas tem sido muito alto nos últimos dias. Os satélites usados pelo Inpe identificaram na Amazônia brasileira 1635 focos de calor no dia 21, 924 em 22 de agosto, 1659 focos de calor no dia 23, 1265 no dia 24, 1442 no dia 25, 1988 no dia 26 (pior dia de fogo do ano no bioma), e 1517 focos no dia 27.


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