Brasil
Cartas de Pokémon valorizam 3.821% e viram opção de investimento
Segundo o Wall Street Journal, cartas colecionáveis da franquia dispararam desde 2004, superando índices como o S&P 500 e atraindo investidores amadores

Crédito: Rovena Rosa/ABr
As cartas de Pokémon se tornaram um dos investimentos mais cobiçados, com retornos mensais acumulados de cerca de 3.821% desde 2004, de acordo com um índice da empresa de análise Card Ladder, informou o Wall Street Journal (WSJ). O desempenho supera o salto de 483% do S&P 500 no mesmo período e até mesmo a valorização da Meta desde que a empresa abriu o capital em 2012.
Os personagens da franquia Pokémon ganharam destaque em 1996, quando a Nintendo apresentou o videogame. Desde então, a marca se tornou um fenômeno global, com séries de TV, filmes e diversos títulos. Agora, os cartas colecionáveis estão registrando forte valorização, o que tem alimentado uma onda de especulação.
De acordo com o jornal, as cartas de Pokémon se popularizaram entre investidores amadores durante a pandemia, quando o grupo teve mais tempo em casa e dinheiro dos auxílios, passando a comprar os cards. O WSJ destaca ainda que figuras públicas como Logan Paul ajudaram a ampliar o hype. Em 2022, ele revelou ter adquirido um raro Pikachu Illustrator por US$ 5,3 milhões, estabelecendo um recorde reconhecido pelo Guinness.
Alguns investidores individuais relatam ganhos expressivos. É o caso do gerente de publicidade Justin Wilson, de 32 anos, que estima que sua coleção — formada por cerca de 500 cartas e 100 itens lacrados — esteja avaliada hoje em aproximadamente US$ 100 mil.
A empresa lança novos cards a cada poucos meses, vendidos em seu site e em lojas. No entanto, informou o WSJ, o maior movimento ocorre no mercado de revenda, onde colecionadores e vendedores negociam cartas, pacotes lacrados e caixas em redes sociais, no eBay, na plataforma TCGplayer e em feiras especializadas.
O valor de uma carta de Pokémon varia de acordo com fatores como raridade, qualidade da arte e avaliações de autenticadores. Segundo o WSJ, uma carta avaliada com uma nota praticamente perfeita pode alcançar preços estratosféricos. Pequenas dobras ou arranhões, no entanto, podem derrubar seu valor, e falsificações são um risco constante.
Apesar da tendência, o WSJ ressalta que críticos alertam para a volatilidade do mercado, a falta de padrões claros de precificação e o risco de saturação, traçando paralelos com a bolha das cartas de beisebol dos anos 1980, quando a superprodução provocou forte queda nos preços.
Os colecionadores reconhecem que parte do valor das cartas vem do apego sentimental, algo que especialistas financeiros desencorajam, já que decisões de investimento devem se basear em fatos e não em emoções. Apesar da incerteza sobre seu valor futuro, fãs dizem que os cards de Pokémon são um investimento mais seguro que os cards de beisebol, por exemplo.
É o caso do aprendiz de pedreiro Charlie Pryds, de 28 anos, que começou a investir em cards de Pokémon neste verão ao redescobrir seu estoque de infância durante a licença-paternidade de sua filha de seis meses. Desde então, tem se dedicado a completar sua coleção. Ele se conectou com outros pais que também investem em Pokémon, alguns para criar laços com os filhos, enquanto o potencial de valorização futura é um bônus.
— Gosto de diversificar meus investimentos. Tenho ações, criptomoedas e agora decidi experimentar com Pokémon. Se você busca risco no portfólio, é uma opção interessante — contou Pryds ao Wall Street Journal.
Com informações do site Extra
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