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Brasil

Campanha Brasil sem Fome começa hoje e mira 32 milhões de crianças com insegurança alimentar

Mobilização da ONG Ação da Cidadania tentará sensibilizar brasileiros sobre a importância da boa alimentação na infância para o desenvolvimento humano e educacional.

Criança com kit de alimentos da campanha. (Foto: Aline Fidélix)

A Ação da Cidadania lança nesta quarta-feira, pelo terceiro ano consecutivo, a campanha Brasil sem Fome, que agora tem como maior preocupação as 32 milhões de crianças brasileiras que vivem na pobreza e sofrem com a insegurança alimentar, de acordo com dados da Unicef. A mobilização pretende arrecadar alimentos para serem distribuídos a famílias de todo o país.

—Betinho já dizia que a democracia é incompatível com a miséria. Enquanto houver o desafio de superar a fome no país, não há como garantir que outros direitos sejam cumpridos. Se um cérebro saudável usa 20% da energia do corpo e essa energia vem dos alimentos, como uma criança com fome será capaz de aprender e ter bom rendimento escolar? Um corpo funciona em sua plenitude quando está nutrido. E o crescimento saudável só é possível com um Brasil sem fome — afirma Rodrigo “Kiko” Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania.

O Brasil sem Fome foi lançado pela primeira vez em 2002, retornando em 2021, durante a pandemia do coronavírus, quando foram doadas mais de 20 mil toneladas de alimentos em todo o país. As doações devem ser feitas no site www.brasilsemfome.org.br ou pelo PIX: doe@acaodacidadania.org.br.

Aprendizado prejudicado

Kiko ressalta que o aumento da insegurança alimentar também é impactado por fatores como gênero, raça e cor, escolaridade, renda, tipo de ocupação e emprego, principalmente dos responsáveis pelos domicílios. O desemprego e a falta de moradia, agravados pelos recentes cortes de investimentos e desmontes de políticas públicas, também afetam a qualidade de vida de crianças e adolescentes. O diretor-executivo da ONG fundada por Betinho diz que não é incomum que elas tenham o aprendizado educacional prejudicado por terem ficado doentes, pela falta de concentração em sala de aula ou mesmo por terem deixado a escola para ajudar a família a colocar comida na mesa.


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