Brasil
Brasil tem o maior número de focos de incêndio desde 2010, mostram satélites do Inpe
Segundo o Inpe, são 109.943 casos de 1º de janeiro até 2ª feira (26.ago); agosto concentra quase a metade (46%) das ocorrências de 2024.
O número de focos de incêndio registrados no Brasil ao longo deste ano (109.943) é o maior desde 2010, quando foram 127.145 casos no mesmo período. É um aumento de 76% em relação a 2023, quando ocorreram 62.353 pontos de fogo. Os dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) publicados pelo site Poder 360, consideram o período de 1º de janeiro a 26 de agosto de cada ano.
Durante 2023 inteiro, foram 189.901 registros. O número de incêndios em 2024 catalogados pelo Inpe até o momento equivale a 57% desse total. Tradicionalmente, agosto é o mês inicial do período de queimadas no Brasil, que segue até outubro.
O pico costuma ser registrado em setembro. Mas, neste ano, o mês de agosto já bateu recordes. Em São Paulo, o período já tem maior quantidade de casos desde o início da série histórica do instituto, em 1998.
Dos quase 110 mil registros de queimadas até agora, 46% (51.527) foram em agosto.
Mato Grosso, Pará e Amazonas estão no topo do ranking . Todos na Amazônia Legal e, em parte, no Pantanal (o sudoeste mato-grossense). Os 2 biomas deverão seguir em situação crítica nos próximos 2 meses, segundo o presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), Rodrigo Agostinho.
O cenário atual é explicado , em parte, por 2 fatores:
1. fortes ondas de calor – foram 6 desde o início da temporada, segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). Somadas com baixa umidade, elas favorecem as ondas de incêndio;
2. antecipação da seca – em algumas regiões do Brasil, o período de seca começou antes do previsto. O longo período de estiagem propicia um ambiente mais inflamável.
Na Amazônia, 21 cidades concentram metade de todos os focos de incêndio. De janeiro até agora, foram registrados mais de 59.000 pontos de queimadas na região. É o pior número desde 2010;
em Minas Gerais, um incêndio que durou 3 dias, de 18 a 20 de agosto, consumiu 8.500 hectares do Parque Nacional da Serra do Cipó, na região central.
O Estado de São Paulo registrou 2.621 pontos de incêndio em 48 horas – de 6ª feira (23.ago) a sábado (24.ago). O último recorde foi em 2016, quando ocorreram 3.739 focos no mesmo período.
Assista (2min17s):
Corredores de fumaça
Desde domingo (25.ago), Brasília está coberta de fumaça. A névoa densa vem dos incêndios em São Paulo. A nuvem chegou à capital federal –que está há mais de 120 dias sem chuva– devido às mudanças nas correntes de vento.
Durante a última semana, cidades localizadas na Amazônia também sofreram com a fumaça. Nas redes sociais, moradores de Manaus (AM) e Porto Velho (RO) também relataram sobre as ocorrências.
Ação humana
Há suspeita de ação humana intencional nos incêndios que deixaram 48 cidades em alerta máximo em São Paulo.
“Tem uma situação atípica. Você começa a ter, em uma semana, praticamente em 2 dias, vários municípios queimando ao mesmo tempo. Isso não faz parte da nossa curva de experiência ”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no domingo (25.ago).
A SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) confirmou nesta 3ª feira (27.ago) a prisão do 6º suspeito de atear fogo em vegetações do Estado. O suspeito foi detido na 2ª feira (26.ago) em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, após ser flagrado por uma câmera de segurança iniciando uma queimada em uma moto.
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