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Brasil pode liderar preservação, com Arco da Restauração na Amazônia, diz BNDES

Iniciativa promete capturar 1,65 bilhão de toneladas de carbono até 2050, diz Tereza Campello, diretora socioambiental do banco.

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Implementar ações para reduzir o volume de emissões dos gases causadores do aquecimento global não é mais suficiente para conter os impactos das mudanças climáticas. É com essa tônica que Tereza Campello, diretora socioambiental do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), detalhou a importância da criação do projeto Arco da Restauração na Amazônia, uma iniciativa que pode posicionar o país como líder na preservação de florestas no mundo.

Segundo a diretora, o Arco da Restauração tem como objetivo proteger a área da Floresta Amazônica que vai do Acre ao Pará. Para ela, a primeira fase do projeto prevê restaurar 6 milhões de hectares até 2030. Ela lembrou que o custo é R$ 51 bilhões, ou US$ 10 bilhões.

A segunda fase prevê investimentos de mais R$ 153 bilhões, com participação de recursos do Fundo Clima para restaurar outros 18 milhões de hectares até 2050. A previsão é que o Arco da Restauração gere até 10 milhões de empregos na Amazônia. Assim, o projeto prevê reflorestar ao todo 24 milhões de hectares até 2050. O Arco da Restauração é um dos pilares para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece em novembro de 2025 no Pará.

“Precisamos de apoio e recursos. Serão 1,65 bilhão de toneladas de carbono que serão removidas da atmosfera em 30 anos. Queremos reconstruir essa área, que tem agricultura familiar, assentamento, setor privado, terras indígenas e áreas de conservação. Se a gente conseguir reunir todo mundo, vamos conseguir capturar carbono. Não há tecnologia em escala no mundo para capturar carbono. Essa é a tecnologia barata e possível para ser usada. Queremos fazer essa entrega e liderar a reconstrução de florestas no mundo”, disse.

Ela participou do seminário “States of the Future”, evento paralelo do G20, que é organizado em parceria entre o BNDES e os Ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, no Centro do Rio.

“O Arco da Restauração é um projeto gigantesco, seja pela escala e pelo impacto. Uma das missões do país é reconstruir a Amazônia. A Amazônia é uma das soluções para o planeta. Muitos países falam em como reduzir suas emissões. Isso não é mais suficiente. E precisamos mais do que isso. Estamos enfrentando um novo desmatamento, com o crime organizado. E queremos garantir o desenvolvimento sustentável. Não é mais suficiente enfrentar só o desmatamento”, afirmou Tereza.

Além da captura do carbono, a diretora do BNDES ressaltou que o projeto prevê restaurar a floresta com sua biodiversidade e reconstruir o território, garantindo o ecossistema, como os rios voadores, além de manter a população que já está lá.

“Estamos correndo risco de perder a floresta. Vamos mobilizar uma vasta cadeia, dos viveiros às sementes. E vamos construir uma barreira, um muro, para evitar que a devastação se expanda. Vamos ter que trocar a asa com o avião voando. Temos que nos organizar para enfrentar os efeitos climáticos ao mesmo tempo que preparamos o estado para esse cenário”, afirmou.

Na primeira fase do Arco, até 2030, a meta é restaurar 6 milhões de hectares. Para isso, é necessário um investimento de R$ 51 milhões. “É uma tarefa que o Brasil se coloca, mas precisamos de apoio, de recursos. Precisamos contar com o setor privado e assim por diante. E, até 2050, mais 18 milhões de hectares. Com isso, nessa primeira fase, 1,6 bilhão de toneladas de carbono vão ser retiradas da atmosfera”, afirmou Campello


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