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Brasil

Bolsonaro liga para presidente da China e reafirma “laços de amizade”

Telefonema ocorre dias depois de um dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, acusar o governo chinês pela pandemia e causar crise diplomática.

O presidente Jair Bolsonaro fala à imprensa no ministério da economia

O presidente Jair Bolsonaro informou pelas redes sociais, nesta terça-feira (24), que conversou por telefone com o presidente da China, Xi Jinping. De acordo com Bolsonaro, os dois líderes trocar “informações e ações” sobre o novo coronavírus.

A ligação ocorre em meio à crise diplomática provocada por críticas ao governo chinês feitas por um dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que culpou a China pela pandemia de coronavírus. As falas do deputado foram rebatidas pelo embaixador da China no Brasil, Yang Wanming.

Principal parceiro comercial do Brasil, a China teve de lidar com a alta do número de casos da Covid-19, situação similar a que o Brasil enfrenta no momento. No último dia 12, a China declarou o fim do pico do surto do novo coronavírus no país.

“Nesta manhã, em ligação telefônica com o Presidente da China, Xi Jinping, reafirmamos nossos laços de amizade, troca de informações e ações sobre o covid-19 e ampliação de nossos laços comerciais”, publicou Bolsonaro.

Bolsonaro publicou uma foto, na qual aparecem os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Tereza Cristina (Agricultura) e Ricardo Salles (Meio Ambiente), além do secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, Flávio Rocha.

Também por uma rede social, Wanming falou sobre a conversa entre Bolsonaro e Xi Jiping. Segundo o embaixador, a fala serviu para para “trocar opiniões sobre os importantes temas de interesse comum”.

Eduardo x embaixador

Na semana passada, o filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), culpou a China pela pandemia de coronavírus.

Ele comparou a tragédia nuclear da usina de Chernobyl à proliferação do vírus e associou o governo soviético à ditadura chinesa.

“Substitua a usina nuclear pelo coronavírus e a ditadura soviética pela chinesa. […] +1 vez uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste, mas que salvaria inúmeras vidas. […] A culpa é da China e liberdade seria a solução”, escreveu Eduardo.

A mensagem provocou reação do embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming. Também pelas redes sociais ele disse “repudiar veementemente as palavras do deputado” e exigiu dele um pedido de desculpas ao povo chinês.

A embaixada da China no Brasil também se pronunciou por meio de redes sociais, afirmou que as palavras do deputado eram “extremamente irresponsáveis” e que Eduardo Bolsonaro havia contraído “vírus mental.”

Em nota divulgada no dia seguinte, Eduardo rebateu as críticas. O deputado disse que não ofendeu o povo chinês e que “tal interpretação é totalmente descabida”.

Eduardo afirmou ainda que está protegido pela imunidade parlamentar prevista na Constituição, uma vez que é sua função, enquanto parlamentar, estimular o debate.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu, em nome da Câmara dos Deputados, desculpas à China pelas declarações de Eduardo Bolsonaro.


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