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Bancos mantêm suspensão de consignado do INSS por correspondentes, mesmo com alta dos juros

Apenas duas instituições financeiras retomaram as ofertas terceirizadas de empréstimos.

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Mesmo com o aumento da taxa de juros do crédito consignado para 1,80% ao mês, a maioria dos bancos ainda não retomou a oferta de empréstimos e cartões de crédito com desconto em folha para aposentados e beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por meio de correspondentes bancários.

O site EXTRA entrou em contato com nove instituições financeiras para verificar a retomada da modalidade. Apenas Bradesco e Banrisul voltaram a operar o consignado por meio de correspondentes bancários.

Já Itaú, Banco Pan, Nubank e Mercantil seguem com a suspensão da oferta nessa modalidade terceirizada. Esses bancos afirmam, no entanto, que continuam concedendo empréstimos e liberando cartões de crédito consignados diretamente em suas agências e em seus canais digitais.

Alegações

Algumas instituições justificam a manutenção da suspensão alegando que a nova taxa de juros ainda é baixa. Em nota, o Itaú afirmou que ““nos patamares atuais, não asseguram a viabilidade econômica das operações por meio desse canal (correspondentes bancários)”. O Mercantil, por sua vez, alegou que “essa decisão se dá tendo em vista a forte elevação dos custos de captação frente ao teto de juros atualmente válido”.

O Banco do Brasil informou que segue oferecendo crédito consignado em seus canais próprios, mas não deixou claro se retomou a operação via correspondentes. Já Santander e BMG não responderam até o fechamento da reportagem.

Mesmo com a suspensão em grande parte dos bancos, o INSS informou que 15.450.087 beneficiários estavam com contratos de empréstimo consignado ativos nesta quinta-feira (dia 6). Segundo o Banco Central, mais de R$ 103 bilhões foram liberados por meio dessa modalidade em 2024 — um aumento de 30,8% em relação aos R$ 78,7 bilhões registrados no ano anterior.

Por que os bancos suspenderam o consignado com correspondentes?
Em dezembro, representantes do setor bancário alertaram o governo que o crédito consignado do INSS estava se tornando inviável sem a revisão do teto de juros, que permanecia em 1,66% ao mês.

Dados apresentados aos ministérios da Fazenda e do Planejamento indicavam que o spread (diferença entre o custo de captação e os juros cobrados dos clientes) nessa modalidade era, em média, de 0,51%. Além disso, os bancos ainda precisam arcar com impostos, custos operacionais, distribuição e provisões para inadimplência, o que, segundo as instituições, tornava essa linha de crédito deficitária.


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