Brasil
Balanço do IBGE mostra idade com que homens e mulheres se casam e se separam
Casamentos civis entres pessoas do mesmo sexo cresceram 8,8%, alcançando o maior número desde a permissão do matrimônio homoafetivo.
Um casamento no Brasil dura hoje, em média, 13,8 anos. Segundo dados das Estatísticas do Registro Civil 2024, divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (10), o tempo médio entre um matrimônio e um divórcio caiu de 16 anos, em 2010, para 13,8 anos em 2024.
A redução é reflexo tanto do aumento de recasamentos (quando a pessoa se casa novamente) quanto de mudanças no comportamento conjugal. O levantamento também apontou que os homens continuam a se divorciar mais tarde que as mulheres. Eles, em média, aos 44,5 anos e elas aos 41,6.
Apesar dos casamentos durarem menos hoje, o número de divórcios no Brasil caiu pela primeira vez desde 2019. Dados das Estatísticas do Registro Civil 2024 mostram que o país registrou 428.301 dissoluções de casamentos entre pessoas de sexos diferentes no ano passado, queda de 2,8% em relação aos 440.827 casos contabilizados em 2023.
A queda interrompe uma sequência de quatro anos de altas consecutivas e ocorre em meio a mudanças no perfil das separações, como aumento da guarda compartilhada e diminuição da duração média dos casamentos.
A redução, porém, não foi homogênea no território nacional. Enquanto a Região Norte registrou alta de 9,1% nos divórcios, todas as demais apresentaram recuo: Sul (-1,4%), Sudeste (-2,5%), Nordeste (-3,1%) e Centro-Oeste (-11,8%). Em 2024, a cada 100 casamentos heterossexuais realizados, houve 45,7 divórcios, proporção inferior a do ano anterior. A taxa geral de divórcios fechou o ano em 2,7 por mil habitantes de 20 anos ou mais, com destaque para a Região Sudeste (3,3%).
Em relação à composição das famílias, os divórcios entre casais com filhos menores seguiram predominantes, representando 45,8% das dissoluções judiciais em primeira instância. Cresceu, porém, a guarda compartilhada: ela passou de 7,5% em 2014 para 44,6% em 2024, ultrapassando, pela primeira vez, a guarda unilateral materna (42,6%).
Casamentos civis crescem
Depois de anos de retração, os casamentos civis voltaram a subir em 2024. Foram 948.925 registros nos cartórios — alta de 0,9% em relação a 2023, embora ainda distante do patamar pré-pandemia. A maior expansão ocorreu na Região Centro-Oeste (2,6%), seguida por Sul (2,3%) e Sudeste. O Nordeste foi a única região com queda (-1,4%).
Entre casais do mesmo sexo, o crescimento foi ainda mais expressivo: 8,8% em relação ao ano anterior, alcançando 12.187 registros, o maior número desde o início da série histórica, em 2013. As uniões entre mulheres representaram 64,6% do total. Centro-Oeste (28,2%) e Nordeste (16,4%) lideraram as maiores altas.
Mesmo com a recuperação observada em 2024, o número total de casamentos continua abaixo da média registrada no período pré-Covid (2015 a 2019), quando o país contabilizava mais de 1 milhão de cerimônias anuais. A tendência de adiamento permanece: homens solteiros se casam, em média, aos 31,5 anos; mulheres, aos 29,3. Entre casais do mesmo sexo, as idades médias são mais altas: 34,7 (homens) e 32,5 anos (mulheres).
O envelhecimento dos noivos tem sido acompanhado por um aumento de recasamentos. Em 2024, 31,1% dos casamentos heterossexuais incluíam ao menos um cônjuge divorciado ou viúvo, percentual mais que o dobro do registrado em 2004 (13,5%).
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