Brasil
Apoio à democracia no Brasil cai para 69%; em 2022, era 79%, aponta Datafolha
O apoio a esse regime de governo é maior nas camadas mais escolarizadas e mais ricas da população.
O apoio à democracia no Brasil permanece amplamente majoritário, com 69% dos entrevistados pelo Datafolha afirmando preferir esse regime de governo. No entanto, o índice vem apresentando queda nos últimos dois anos. A pesquisa, divulgada nesta quarta-feira, foi realizada nos dias 12 e 13 de dezembro, com 2.002 eleitores em 113 municípios de todas as regiões do país. Contratada pelo jornal Folha de S.Paulo, o levantamento possui margem de erro de dois pontos percentuais.
Em outubro de 2022, 79% diziam que a democracia era o melhor para o país. Esse índice atingiu o maior patamar já registrado pelo Datafolha desde 1989, ano da primeira eleição direta para presidente após o fim do regime militar no país. No mesmo levantamento, apenas 5% afirmavam que um regime ditatorial era aceitável sob certas circunstâncias. O número agora é de 8%.
De acordo com o Datafolha, o apoio à democracia é maior nas camadas mais escolarizadas e mais ricas da população. Os percentuais chegam a 87% entre os que cursaram o ensino superior e a 80% no grupo que recebe mensalmente valores acima de cinco salários mínimos. As taxas caem para 56% entre os eleitores que só frequentaram a escola até o ensino fundamental e a 61% na parcela de brasileiros que ganha até dois salários mínimos por mês. Além disso, homens apoiam mais a democracia (74%) do que mulheres (64%).
Apesar da polarização vigente, não há diferenças estatisticamente relevantes na opinião sobre a democracia entre quem se declara bolsonarista ou petista. O Datafolha também apontou a percepção dos brasileiros sobre a possibilidade de retorno da ditadura. Para 52% dos entrevistados, essa hipótese está fora de cogitação, enquanto 21% acreditam que há uma pequena chance de isso ocorrer, e outros 21% enxergam uma grande possibilidade.
O levantamento revela que 68% dos brasileiros acreditam que houve risco de golpe durante o período investigado pela Polícia Federal, compreendido entre a derrota de Jair Bolsonaro para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno de 2022 e a posse de Lula para seu terceiro mandato.
Dentre os entrevistados, 43% consideram que o risco foi grande, 17% enxergam um perigo médio e 8% avaliam como pequeno. Por outro lado, 25% não acreditam que tenha havido essa possibilidade, enquanto 7% não souberam opinar.
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