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Brasil

Amazônia poderia ser ‘Vale do Silício da biodiversidade’, dizem pesquisadores

Cientista diz que vê a possibilidade de transformar a Amazônia em um centro de pesquisa, um “Vale do Silício da biodiversidade”, para encontrar modos de explorar econômica e sustentavelmente os recursos da floresta.

Desenvolver a região amazônica e preservar a floresta passa por encontrar como aproveitar a riqueza da sua biodiversidade sem destruí-la. “É um novo modelo de desenvolvimento econômico para o bioma, baseado no conhecimento da natureza – a chamada bioeconomia” – na avaliação dos pesquisadores que participaram de um debate sobre a Amazônia promovido pelo programa Ciência Aberta.

Ciência Aberta é uma parceria da Fundação de Apoio à pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) com a Folha de S. Paulo. Ambas deram a notícia.

Participaram do debate Paulo Moutinho, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam); Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP; e Ricardo Abramovay, professor do Instituto de Energia e Ambiente, também da USP.

Moutinho disse que “ainda tem sido replicado na Amazônia o mesmo modelo existente há 25 anos de uso e ocupação da terra – em boa parte de forma ilegal pelas agropecuária, exploração madeireira e o garimpo -, que só tem gerado destruição. É preciso que a sociedade brasileira faça uma escolha definitiva do modelo de desenvolvimento econômico que se quer para a Amazônia porque o que está em vigor só tem gerado concentração de riqueza e de terra e desmatamento da floresta.” Ele explicou a dinâmica do desmatamento: “Há um ciclo dos pecuaristas na Amazônia de moverem o gado para a floresta para continuar produzindo porque não têm incentivos para fazer intensificação. É preciso um plano nacional de intensificação da pecuária para reduzir o avanço dessa atividade sobre a floresta”.

Abramovay vê a possibilidade de transformar a Amazônia em um centro de pesquisa, um “Vale do Silício da biodiversidade”, para encontrar modos de explorar econômica e sustentavelmente os recursos da floresta. “O Brasil está na retaguarda da inovação global e, como o país possui a maior biodiversidade do planeta, é nela que pode apostar para recuperar o tempo perdido.”

Artaxo lembra que o desmatamento caiu, entre 2004 e 2012, de mais de 24.000 km2 para cerca de 4.000 km2, enquanto, ao mesmo tempo, o país viu sua produção agrícola disparar. “Isso mostrou que não é preciso desmatar para aumentar a produção agrícola e que é possível reduzir o desmatamento a zero, que não custa caro e é a melhor medida para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.”

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