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Brasil

Amazônia: caciques criticam Lula e pedem veto à exploração de petróleo no rio Amazonas

Em nota, lideranças do Amapá criticam ‘desinformação’ do presidente e dos senadores Davi Alcolumbre e Randolfe Rodrigues sobre planos na Foz do Amazonas.

Mais de sessenta caciques de povos indígenas do Oiapoque, no Amapá, assinaram uma carta de repúdio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras autoridades por “disseminar desinformação” à população amapaense sobre a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas. O comunicado foi divulgado nesta segunda-feira, 2, pelo Conselho de Caciques dos Povos Indígenas do Oiapoque (CCPIO).

Na carta, os líderes indígenas acusam o governo federal e a classe política do Amapá de ameaçar a sobrevivência dos povos originários do Oiapoque com o plano de perfurar petróleo no litoral da Amazônia. O documento acusa nominalmente Lula, o governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade), e os senadores Davi Alcolumbre (União Brasil), Randolfe Rodrigues (PT) e Lucas Barreto (PSD), entre outras autoridades, de “disseminar, sem pudor, desinformações à população sobre a exploração de petróleo e a perseguição e ameaça” a opositores da atividade petrolífera.

Segundo os caciques, as ações do governo para impulsionar a exploração petrolífera viola o direito à “consulta prévia, livre, informada e de boa-fé” para autodeterminação dos povos indígenas, previsto na Constituição e na Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Os manifestantes afirmam que a extração de petróleo causará “poluição, destruição de ecossistemas e impactos irreparáveis à biodiversidade, afetando a pesca, agricultura e fontes de água”.

Indígenas pedem suspensão de licenciamento e leilão de petróleo

Na manifestação publicada hoje, os indígenas pedem a suspensão imediata de todos os projetos de exploração de petróleo na região do Oiapoque, incluindo o licenciamento do Ibama para a exploração da Foz do Amazonas pela Petrobras e o leilão de campos petrolíferos agendado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para o próximo 17 de junho.

No último dia 19 de maio, o Ibama deu aval à Petrobras para realizar simulações de emergência na região do Bloco 59, a cerca de 160 quilômetros do litoral amapaense, avançando à fase final do processo de licenciamento. A estatal sugeriu que os exercícios sejam agendados a partir da segunda semana de julho.


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