Brasil
Amazônia: 21 árvores foram derrubadas a cada segundo em 2022, informa MapBiomas
Durante todo o governo Bolsonaro, entre 2019 e o ano passado, a destruição somou mais de 6,6 milhões de hectares, o equivalente 1,5 vezes a área total do estado do Rio de Janeiro.
O Relatório Anual do Desmatamento no Brasil (RAD) divulgado pelo MapBiomas revelou que o desflorestamento aumentou 22,3% em 2022 em comparação com o ano anterior. Durante todo o governo Bolsonaro, entre 2019 e o ano passado, a destruição somou mais de 6,6 milhões de hectares, o equivalente 1,5 vezes a área total do estado do Rio de Janeiro.
O principal responsável pelo fenômeno foi a agropecuária, com mais de 95% de toda a supressão da área vegetal nativa. O garimpo e a expansão urbana também foram vetores consideráveis. Os estados mais afetados são Pará, Amazonas e Mato Grosso.
Na Amazônia, o aumento foi de 19%, o que significa que 21 árvores foram derrubadas a cada segundo. No entanto, esse não foi o bioma com maior aumento. No Cerrado, região com a maior biodiversidade do mundo e que cobre um quarto de todo o território nacional, o acréscimo foi de 31,2%. Somados, os dois ecossistemas registraram mais de 90% de toda a área desmatada.
O tamanho médio das áreas destruídas também foi superior e agora equivale a 25 campos de futebol – um acréscimo de 14,8% em relação ao tamanho médio registrado em 2021. Mais de 99% de todo o desmatamento teve algum indício de irregularidade e cerca de 9% ocorreu em áreas de proteção ambiental.
Apesar dos números alarmantes, a impunidade foi um importante contribuinte da destruição – só houve punição para 10,2% de toda a área destruída ao longo dos últimos quatro anos. A explicação está na gestão. Durante o governo Bolsonaro, os órgão fiscalizadores foram desidratados – funcionários se aposentaram, não houve concurso e muitos fiscalizadores pediram demissão após recorrentes denúncias de perseguição.
Lula, por outro lado, foi eleito tendo a proteção ao meio ambiente como uma de suas bases. Esse pode ter sido, inclusive, um dos motivos do aumento em 2022. Especialistas avaliam que, por medo de um aumento na fiscalização em uma eventual vitória do petista, os criminosos decidiram “passar a boiada”. De fato, apesar do dos ataques – de amigos e de oponentes – à pasta de Marina Silva, o Ministério do Meio Ambiente vem ganhado força e, desde que ela assumiu, as multas por crimes contra a floresta na Amazônia aumentaram em mais de 200%.
O único bioma em que houve redução do desmatamento em 2022 foi a Mata Atlântica. Os números, contudo, não são animadores. Hoje, apenas 29% desse ecossistema ainda mantém sua cobertura original e ao longo do ano passado, mais 30 mil hectares dessa área foram perdidos.
As Terras Indígenas (TI) e as Comunidades Remanescentes de Quilombos (CMQ) permaneceram como os territórios mais preservados do país. Nas TIs houve redução de quase 10% em relação ao ano anterior, enquanto nas CMQs a redução foi de quase 47%, representando apenas 1,4% e 0,05% de toda a área desmatada.
As informações são da Revista Veja.
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