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Advogada defende Forças Armadas, diz que elas evitaram o golpe e sugere investigação

A advogada frisou a necessidade de investigação sobre membros da cúpula militar envolvidos na trama golpista.

Advogada especializada em Direito Militar, Mariana Lixa. (Foto:Reprodução)

A postura do almirante Almir Garnier, comandante da Marinha que se mostrou favorável à minuta golpista, segundo delação de Mauro Cid, deve ser individualizada e não se estender ao posicionamento geral das Forças Armadas, afirmou a advogada especializada em Direito Militar Mariana Lixa, em entrevista ao UOL News. No programa, ela defendeu as Forças Armadas e diz que elas evitaram um golpe de Estado. Ela também frisou a necessidade de investigação sobre membros da cúpula militar envolvidos na trama golpista.

“Temos que descolar a posição, postura e conduta de pessoas ligadas à cúpula das Forças Armadas das instituições. Ficou muito claro que não houve sequer uma adesão delas, principalmente do Exército, que é muito legalista. O posicionamento de uma pessoa não pode refletir o das Forças Armadas como instituição”, afirma Mariana Lixa, advogada especializada em Direto Militar

Mariana explicou que encaram a deleção de Mauro Cid “com restrições”, por conta do envolvimento do ex-ajudante de ordens em diversos crimes. A advogada também frisou a necessidade de investigação sobre membros da cúpula militar envolvidos na trama golpista e reforçou que, como instituição, as Forças Armadas agiram contra um possível golpe.

“Defendo a posição das Forças Armadas nessa situação e entendo que elas garantiram a manutenção do Estado Democrático de Direito, embora algumas figuras, inclusive de alto escalão, precisam ser investigadas e responsabilizadas. Ainda faltam elos para alguns desses personagens. Olho com restrição para a questão da delação”, afirma Mariana Lixa, advogada especializada em Direto Militar.

As revelações da delação de Mauro Cid podem colocar Jair Bolsonaro ao lado dos envolvidos nos atos golpistas de 8/1, avalia Wálter Maierovitch. O colunista explicou que, caso se comprove a relação lógica entre a organização do 8/1 como consequência da falta de adesão dos militares à minuta golpista, o ex-presidente se colocará no mesmo cenário daqueles que invadiram as sedes dos Três Poderes.

“Após essa revelação, vê-se Bolsonaro mergulhado nesses dois crimes: tentativa de abolição do Estado Democrático e de abolir o sistema republicano. Esta situação pode estar conectada com o movimento de 8/1 e ter sido um desdobramento. O Exército e a Aeronáutica foram contra o golpe; só a Marinha foi a favor. Fechado isso, pode ter ocorrido um plano B: o 8/1, por outros meios”, diz Wálter Maierovitch, colunista do UOL.

Josias de Souza comentou que o teor das revelações sobre a deleção de Mauro Cid faz as peças do quebra-cabeça golpista se encaixarem. Para o colunista, o roteiro fica cada vez mais claro e as informações trazidas por Cid ajudam a compreender o cenário sombrio estabelecido na cúpula do ex-presidente após a derrota para Lula no segundo turno das eleições.

“O que mais assusta é que essas revelações são inacreditavelmente críveis. O Alvorada se converteu em uma espécie de chocadeira do ovo da serpente que tentou dar o bote em 8/1. Ficou entendido que o bunker do Alvorada estava planejando um apocalipse. A Polícia Federal não poderia dispor de um roteiro de investigação tão nitidamente esboçado. Encurtam-se os horizontes do Bolsonaro, que está inelegível e já começa a enxergar as grades”, disse Josias de Souza, colunista do UOL.


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