Brasil
Acusado de matar Marielle, Ronnie Lessa é expulso da PM por ‘conduta execrável’
A confirmação da exclusão de Ronnie foi publicada no boletim interno da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.
A Polícia Militar definiu a expulsão de Ronnie Lessa da corporação. O sargento reformado está preso por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco.
A confirmação da exclusão de Ronnie foi publicada no boletim interno da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) na última quarta-feira (8).
Processo disciplinar
O sargento reformado era alvo de um processo disciplinar aberto em 2021, quando foi acusado de destruir provas relacionadas ao assassinato de Marielle e de seu motorista, Anderson Gomes.
“Conduta execrável”
Segundo a publicação, Ronnie teve oportunidades de se defender durante a realização do processo disciplinar, mas sua conduta era “execrável”.
O documento aponta, ainda, que o agente está “desvencilhado da ética e da moral que regem a Bicentenária Instituição, tornando-se incapaz de permanecer nas fileiras inativas da Corporação”.
“Nota-se que com a sua execrável conduta, descumpriu preceitos éticos e estatutários em vigor, mormente o preconizado no parágrafo único do art. 14 da Portaria/PMERJ n.º 254 – IR -22, de 07 de abril de 2005, que trata acerca das Instruções reguladoras para aquisição, registro, transferência, porte, transporte, extravio, furto, roubo, acautelamento e devolução de armas de fogo e munições de policiais militares”, afirma um trecho da decisão.
Participação no crime
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) afirma que Ronnie e outros quatro acusados se desfizeram de armas de fogo no mar da Barra da Tijuca quase um ano após as mortes de Marielle e Anderson.
A suspeita é de que o agente estivesse guardando a submetralhadora utilizada nas execuções na própria residência e que ela estivesse entre as armas arremessadas na água.
Prisão em 2019
Ronnie foi preso em 2019 e continua detido. Em setembro do ano passado, ele também foi condenado a 13 anos de prisão por comércio ilegal de armas.
A pena é referente a 117 peças de fuzis incompletas localizadas na casa de um amigo do então agente da PM.
Relembre o caso
Então vereadora no Rio de Janeiro, Marielle foi assassinada a tiros em 14 de março de 2018 no bairro carioca de Estácio. Seu motorista, Anderson Lessa, também foi preso, e uma assessora foi a única sobrevivente do atentado.
O carro onde o trio estava foi perseguido e alvejado repetidas vezes por criminosos. Um ano depois, a Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu que o policial reformado Ronnie Lessa havia sido o responsável pelos disparos.
O ex-policial Élcio Vieira de Queiroz foi apontado como o motorista que perseguiu Marielle e auxiliou Ronnie na fuga. Ambos foram presos, estão em penitenciárias federais fora do Rio de Janeiro e vão a juri popular.
O que falta ser descoberto
A investigação considerou que duas questões sobre o crime foram resolvidas: os responsáveis pela execução e a dinâmica do episódio.
Restam, no entanto, três pontos fundamentais para que o inquérito seja finalizado: os mandantes dos assassinatos, a motivação e a localização da arma utilizada. Sobre este último, a suspeita é de que ela tenha sido arremessada no mar após a prisão de Ronnie Lessa.
Últimos desdobramentos
Em 2020, o Superior Tribunal de Justiça negou um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para federalizar a investigação dos mandantes do crime.
Os ministros da Terceira Seção, no entanto, negaram o pedido por entenderem que não havia inércia das autoridades estaduais no inquérito. A família de Marielle também era contra a federalização do caso.
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