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Brasil

77,3% dos esportistas do Norte não contaram com nenhum incentivo financeiro na infância, aponta Serasa

Na região Norte, 13,7% dos entrevistados responderam que entre os objetivos de quando praticavam esporte estava se profissionalizar e ter uma carreira na área.

Em um país que carrega medalhas, troféus e pódios, crianças e jovens com potencial esportivo são obrigados a interromper o sonho de seguir os passos de seus ídolos. A realidade das suas famílias muitas vezes faz com que a corrida desses talentos se encerre antes da linha de chegada, como mostra pesquisa inédita produzida pela Serasa.

Entre as barreiras enfrentadas, a falta de incentivos financeiros foi realidade para 74% dos brasileiros que praticaram esportes na infância. Quando se trata de região Norte, esse percentual sobe para 77,3%.

– 42% dos brasileiros sonhavam em se tornar atleta profissional;

– Entre os homens, 56% já pensaram em seguir na profissão. Entre as mulheres, percentual cai para 30%;

– De modo geral, 1 em cada dez pessoas que almejam virar atletas conseguem uma chance, mas apenas 20% seguem na profissão;

– Dentre as camadas sociais, as classes D e E são as que mais almejaram a carreira esportiva profissional (46%);

– 69% entendem que ter acesso a crédito é essencial para os atletas conseguirem apoio financeiro para a prática do esporte.

A pesquisa “Esportes para todos? O impacto do dinheiro na formação de atletas no Brasil”, realizada pela Serasa em parceria com o instituto de pesquisa Opinion Box, mostrou que 42% dos brasileiros tinham o sonho de ser um atleta profissional, porém, apenas 10% deles chegam a concretizá-lo. Mesmo assim, após enfrentar os obstáculos necessários para iniciar a sua carreira, só 20% conseguem de fato se manter nesta profissão.

Na região Norte, 13,7% dos entrevistados responderam que entre os objetivos de quando praticavam esporte estava se profissionalizar e ter uma carreira na área. Um ponto que chama atenção na pesquisa é que quando questionados quem os incentivou a praticar esporte, a escola aparece com 46,6%, o que demonstra o papel importante que esse ambiente desempenha na vida das crianças e adolescentes.

Dos mais de 2 mil entrevistados em todo o país, 56% dos homens e 30% das mulheres já sonharam em seguir a jornada de um atleta profissional. No Norte, se tornar atleta era o sonho de 33,3% dos entrevistados do sexo masculino na infância e adolescência. Entre as mulheres 62,9% responderam que esse era o desejo. “Ao analisar o perfil de quem desejava seguir com o esporte, é possível enxergar as dificuldades enfrentadas relacionadas a desigualdade de gênero”, aponta Patrícia Camillo, gerente da Serasa. “Com menos incentivo às mulheres nesse segmento, o percentual acaba sendo menor. Felizmente, nos últimos anos, temos visto ainda mais exemplos entre atletas femininas que podem inspirar novas esportistas”.

Dentre as camadas sociais, 46% das classes D e E almejaram a carreira esportiva profissional – maior percentual em relação às classes AB e C. “O esporte, muitas vezes, é associado a um sonho e a transformação da vida financeira entre pessoas em situação mais vulnerável financeiramente. Pode ser uma fonte de garantir novas oportunidades não só para quem pratica, mas para toda a sua família”, explica Patrícia.

Os principais obstáculos

Entre os brasileiros que se tornaram atletas profissionais, o foco nos estudos aparece como o principal desafio para o deslanche na carreira para 42% dos entrevistados, seguido por questões financeiras, como ter que trabalhar (39%), falta de incentivos financeiros (32%) e falta de dinheiro (27%).

Entre os nortistas, o foco nos estudos também aparece como um dos principais desafios para seguimento na carreira (70%). Em seguida aparece a falta de dinheiro (30%), a necessidade de trabalhar (30%) e a falta de incentivo financeiro (30%).

O peso no bolso do atleta e a superação

Os gastos com roupas, materiais esportivos, transporte/deslocamento e mensalidade são a realidade de 68% dos atletas. Para 4 em cada 5, os gastos consumiam até 10% da renda familiar mensal, que também deveriam suprir as demandas de outras contas essenciais do dia a dia.

Na região Norte, os principais gastos para praticar esporte apontado pelos entrevistados era com materiais esportivos (39,8%), roupas (26,1%), transporte/deslocamento (19,3%) e mensalidade (18,2%). Esses gastos representavam até 5% da renda familiar da maioria dos nortistas ouvidos na pesquisa.

Para 84% dos entrevistados no país, a superação de inúmeras dificuldades é um fator inerente à realidade dos atletas brasileiros para alcançar a carreira profissional. Como uma das alternativas para mudar o cenário, 69% entendem que ter acesso a crédito é essencial para os atletas conseguirem apoio financeiro para a prática do esporte.

Outros dados – Os entrevistados da região Norte apontaram ainda quais os fatores poderiam ter contribuído para que seguissem carreira no esporte. 56,4% responderam que receber bolsa atleta, seguido de tempo para se dedicar exclusivamente para os treinos (46,2%), certeza de um futuro estável (38.5%).

No Norte, 40,7% dos entrevistados consideram que o esporte no país não é tão valorizado quanto outras carreiras. Para 46,4% seria muito difícil treinar em alto nível e ao mesmo tempo ter dinheiro para sustentar uma carreira no esporte sem outro trabalho.


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