Amazonas
Trabalhadores da Saúde do Amazonas aceitam abono do governo e aprovam estado de greve por perdas salariais
Sindicato aprovou manifestação pública, em data a ser definida, para lembrar ao governador do Estado, Wilson Lima (PSC) que não estão satisfeitos com o que chamam de “descaso” com que estão sendo tratados pelo governo.
Os trabalhadores da área de saúde do Amazonas filiados ao Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Amazonas (SindSaúde-AM), deliberaram “estado de greve”, em assembleia geral virtual, no final da tarde desta segunda-feira (22/03). Na assembleia, o Sindsaúde, que representa cerca de 23 mil trabalhadores, aceitou o pagamento do abono de um salário básico, em duas parcelas, proposto pelo governo do Amazonas.
Os trabalhadores aprovaram, ainda, manifestação pública, em data a ser definida, para lembrar ao governador do Estado, Wilson Lima (PSC) que não estão satisfeitos com o que chamam de “descaso” com que estão sendo tratados pelo governo. Segundo o SindSaúde-AM, estão trabalhando dobrado, há um ano, por conta da pandemia, mesmo com salários congelados desde 2019, sem adicional, férias ou folgas.
Na semana passada, o Governo do Amazonas informou que vai conceder abono aos trabalhadores da rede estadual de saúde. O abono é no valor equivalente a um vencimento básico do trabalhador e, segundo o governo, será pago em duas parcelas, somando cerca de R$ 30 milhões. A primeira parcela está prevista para o início de abril, em folha complementar e, a segunda, na folha de pagamentos de abril. Vencimento básico é o valor a que um servidor público recebe, relativo ao exercício de seu cargo. Esse valor é fixado em lei, e não compreende vantagens adicionais.
Na semana passada, a presidente do SindSaúde-AM, Cleidinir Socorro, disse que os trabalhadores esperam pela reposição salarial das datas-bases atrasadas dos anos de 2016, 2017, 2020 e 2021, totalizando mais de 23% de perdas salariais; a progressão e promoção do Plano de Cargo, Carreira e Salário (PCCR) que estão atrasadas desde 2012; além do ticket-alimentação em pecúnia com elevação de R$ 500 para R$ 600 (em espécie).
Em janeiro, a presidenta do SindSaúde-AM disse que os enfermeiros e auxiliares ainda estava trabalhado sem equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados. Ela afirmou, inclusive, que profissionais do grupo de risco continuam trabalhando. “Um número bem alto de profissionais partiu”, lamentou Cleidinir. Ela disse que o sindicato também pediu à Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS) o total de profissionais que se contaminaram e morreram em decorrência da covid-19, mas não obteve resposta.
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