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Amazonas

Setembro registra metade de todas as queimadas do Brasil no ano; na Amazônia alta é de 71%

Nos nove primeiros meses do ano, País perdeu área do tamanho do Estado de Pernambuco para o fogo; Mato Grosso lidera o ranking.

Metade de toda área queimada no Brasil neste ano foi registrada em setembro. Ao todo, foram 5.825.520 hectares atingidos por incêndios florestais nesse mês. Os dados são do relatório do Monitor do Fogo do MapBiomas. O Cerrado é o bioma mais atingido, com 2.973.443 hectares perdidos, ou 13% a mais que no mesmo mês de 2021. A Amazônia, no entanto, teve o maior aumento de área queimada em relação a setembro do ano passado: 71%, ou 1.080.388 hectares a mais.

Isso ocorre apesar de, sob o efeito do La Niña, os biomas estarem, neste ano, mais úmidos em relação a anos anteriores, diz Ane Alencar, coordenadora do Mapbiomas Fogo (rede formada por universidades, ONGs e empresas de tecnologia) e diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).

Nos nove primeiros meses deste ano, um total de 11.749.938 hectares foram queimados no País -uma área maior que todo o Estado de Pernambuco, tamanho similar (1% maior) ao que foi afetado no mesmo período de 2021. No ano, houve um crescimento na área queimada de 40% na Amazônia (mais de 1,6 milhões de hectares) e de 1500% no Pampa (27.317 hectares).

“A Amazônia não pega fogo sozinha, é preciso alguém para ‘riscar o fósforo'”, afirma Ane. “Para existir os incêndios são necessários o material combustível, o clima seco e a ignição, mesmo com o clima não tão favorável está pegando fogo.”

Juntos, Amazônia e Cerrado somam 95% da área queimada no Brasil até setembro deste ano. Mais uma vez, os Estados recordistas em queimadas estão todos áreas de fronteiras agropecuárias. Mato Grosso ocupa o primeiro lugar com quase um quarto do que foi queimado no Brasil nesse período. Pará e Tocantins aparecem em segundo e terceiro lugares.

Juntos, esses três Estados representaram 57% da área queimada total afetada no ano. Também novamente, todos os municípios recordistas em queimadas ficam na Amazônia, concentrados no Pará: São Félix do Xingu, Altamira e Novo Progresso. Juntos, eles registraram 1.052.700 de hectares perdidos, ou 9% do total nacional no período.


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